11 setembro 2007

Três comentários a quatro colunas


Como eu escrevi no texto de ontem, há comentários que seria um desperdício ficarem apenas confinados à caixa dos ditos. É, manifestamente, o caso de três oportunos e informativos comentários que Hélio / Apolo fez o favor de colocar em três dos meus textos. Basta lê-los para verificar que acrescentam informação aos textos e, assim, os melhoram. Li estes comentários enquanto estava de férias e logo decidi que não me limitaria a responder aos mesmos, antes os integraria num texto, para que tenham a visibilidade que merecem. Com os meus agradecimentos, aqui estão eles.

O primeiro comentário esclarece:

O capitel da Coluna Jónica (Sabedoria) é caracterizado por uma dupla espiral ou volutas (é o capitel que aparece a ilustrar o belíssimo texto “A quarta Coluna”).
Crê-se que a origem das volutas presentes no capitel devem-se ao facto de quando as colunas eram simples troncos de árvore, bem ou mal desbastados, e postas de modo a suportar o peso da trave que aguentava o telhado, costumavam rematá-las com um pedaço de cortiça destinado a evitar a infiltração de água. Sobre a cortiça assentava um tijolo quadrado, e sobre este último a trave. Com o passar do tempo e sujeita à intempérie, esta cortiça ia contornando-se dando a forma da referida voluta.

Como é bom de ver, este comentário completa com a-propósito o texto Sabedoria.

O segundo comentário informa:

Só a título de curiosidade e como complemento.
Segundo o arquitecto Romano Marcus Vitruvius, do séc. I a.C., este atribui a invenção da Coluna Dórica (Força) a Doros, filho de Heleno, dizendo que os primeiros que empregaram tal medida “mediram o pé de um homem e, vendo que era a sexta parte do corpo, aplicaram às colunas esta proporção: qualquer que fosse o diâmetro da coluna no seu pé, dava-se ao fuste, compreendido o capitel, uma altura igual a seis vezes este diâmetro”.

Este comentário complementa o texto Força.

Por sua vez, o terceiro comentário elucida:

Conta a lenda que: - “Os antigos gregos tinham o costume de depositar sobre as sepulturas das virgens os objectos do seu uso e afeição. Morrendo uma donzela em vésperas de casar, a sua ama depositou sobre a sepultura um cesto contendo vários objectos e adereços da falecida, cobrindo-o a seguir com um tijolo quadrado.
Na primavera, um pé de acanto, sobre o qual, inicialmente, tinha sido colocado o cesto, rebentou de novo. Revestindo as paredes exteriores do cesto pelas quais treparam chegando ao tijolo, as folhas começaram a dobrar-se em formas de voluta. Diz-se que o arquitecto coríntio Calímaco, ao passar pelo lugar da sepultura, notou este fato, desenhando o cesto e as folhas.”

Este comentário ensina assim a origem do capitel da coluna Coríntia, a coluna que simboliza a Beleza.

Hélio / Apolo só não conseguiu imaginar como será o capitel da invisível, porque imaterial, coluna do Espírito, a que se refere o texto A quarta coluna...

Rui Bandeira

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