31 agosto 2008

Barreiras à saída da caverna

Acabo de inventar um novo ditado popular - as mensagens são como as cerejas. Não tenho dúvidas de que será utilizado durante séculos, embora nessa altura possam já não saber o que são cerejas...

O comentário que o leitor nuno_r fez ao meu "post" sobre Tolerância, fez-me recordar um artigo de Edgar H. Schein, intitulado "Organizational and Managerial Culture as a Facilitator or Inhibitor of Organizational Learning", que me atrevo a transcrever de uma forma livre.

O processo de identificação de problemas, a busca de novas possibilidades e a mudança das rotinas, requerem novas formas de pensar e de agir. Ora aqui reside um problema, já que estamos a falar de alterar os nossos modelos mentais, os nossos hábitos em termos da forma como percebemos, pensamos e agimos, e até da forma como nos relacionamos com os outros. Estamos a falar de “desaprender” algumas coisas e de aprender outras novas. Este nível de mudança envolve dois tipos de ansiedade:

Ansiedade 1

A Ansiedade 1 é o medo de aprender algo novo. A aprendizagem nos indivíduos, nos grupos e nas organizações tende para a estabilidade. Todos tendemos para “gravar” as coisas que funcionam, bem como procurar previsibilidade e significado. É de facto a todas essas rotinas estáveis, hábitos de pensamento e formas de perceber as coisas, que nós chamamos “cultura”. Nós tendemos a procurar a novidade só quando a nossa situação está bem estabilizada e controlada.

A instabilidade e imprevisibilidade ou falta de significado são-nos desconfortáveis e criam ansiedade – a ansiedade 1-, ou medo de mudar, baseado essencialmente no medo do desconhecido. Esta é claramente uma situação que tendemos a evitar.

Ansiedade 2

Mas se, tal como todos vemos e prevemos, as mudanças económicas, politicas, tecnológicas e sócio-culturais estão elas próprias a tornar-se mais turbulentas e imprevisíveis, então vão surgir permanentemente novos problemas o que significa que as soluções que temos “gravadas” vão ser desadequadas. É possível assim descobrir que se não mudamos e aprendemos a aprender, as coisas vão-se complicar para o nosso lado. Isto levamos à Ansiedade 2 – a sensação desconfortável de que para sobreviver e ser bem sucedido, necessitamos de mudar e que se isso não ocorrer, poderemos falhar

Em resumo:

  • Ansiedade 1 – receio de mudar, de deixar as rotinas que temos já dominadas e de nos aventurarmos em terrenos que não conhecemos.
  • Ansiedade 2 – receio das consequências de não mudar. Se eu me mantiver tal como estou, estando tudo a mudar, o que é que me vai acontecer…

Perante tudo que foi exposto acima, parece ser evidente que só há mudança quando a ansiedade 1 é inferior à ansiedade 2, ou seja, o meu medo de mudar é inferior ao medo que tenho das consequências de não mudar. Daqui resulta também que é possível utilizar tudo isto de uma forma positiva ou de uma forma negativa, diria quase "maquiavélica". Importa perceber como:

  1. Reduzindo a ansiedade 1 - Esta é uma abordagem positiva já que acredita no potencial das pessoas e na sua capacidade para se adaptar a novas situações. Como é que isto se faz? através de políticas correctas de gestão de erros - não deve ser penalizado o erro que esteja dentro de limites aceitáveis; através de incentivos que levem as pessoas a querer mudar; através de formação, que faça as pessoas sentirem-se mais confiantes na sua capacidade de se adaptarem. Há contudo casos em que não é possível actuar unicamente através da ansiedade 1 - todos conhecemos situações em que o nível de ansiedade 2 é de tal forma baixo, que há um sentimento de quase imunidade - nestes casos, torna-se muito difícil reduzir o nível de ansiedade 1 para valores ainda mais baixos.
  2. Aumentando a ansiedade 2 - Se fizermos um inquérito junto das elites dirigentes do nosso país (e dos outros), provavelmente a conclusão será que "de um modo geral, todos utilizam só a ansiedade 1"; escrever num Blog dá-nos estas liberdades e eu atrevo-me a discordar. Tal como no caso da tolerância, também aqui parece haver uma diferença entre aquilo que gostaríamos de utilizar e o que realmente fazemos. É muito humano o dar muito mais ênfase às atitudes negativas do que às positivas - há quem diga que são mais marcantes e portanto ficam gravadas mais profundamente na nossa memória...
  3. Actuando simultaneamente sobre as duas ansiedades - talvez a posição mais razoável seja actuar simultaneamente sobre as duas ansiedades, dando prioridade à ansiedade 1 e estabelecendo limites máximos para a ansiedade 2. Qual é o ponto ideal de equilíbrio? Não faço ideia ... levo anos a tentar encontrá-lo e estou consciente de só ter conseguido até agora equilíbrios "menos maus".

Também aqui, talvez os leitores do Blog possam dar uma ajuda, se se atreverem a sair da caverna.

Respondendo ao nuno_r, podemos fazer constar que "vamos inundar as cavernas" e com isso aumentar a ansiedade 2, mas talvez seja preferível optar por outra estratégia. Como os níveis de ansiedade são diferentes, de pessoa para pessoa, teremos possivelmente de fazer "trabalho de alfaiate", ou seja, um traje à medida de cada um.

Saudações
A. Jorge

P:S: - Edgar, quando vieres ao Blog ... desculpa. Não tive intenção de maltratar as tuas ideias, embora o possa ter feito.

30 agosto 2008

A Alegoria da Caverna e a Tolerância

Todo o processo de configuração e carregamento de informação do website da Loja Mestre Affonso Domingues tem-me permitido reflectir mais uma vez sobre todos os valores na qual a Maçonaria se apoia e que, de alguma forma constituem o elo de ligação entre todos os Maçons.
Reconheço que de todos os valores, me revejo particularmente no da Tolerância, já que parece ter características que deveriam fazer dele uma pedra basilar para o relacionamento entre os humanos:

  • Nele assenta uma característica que faz do ser humano um “bicho interessante” – a diversidade. A diversidade e o individual são fundamentais para que a sociedade humana se distinga dum formigueiro – não nascemos pré-definidos e temos a possibilidade de sermos diferentes. Ao longo dos séculos, é a tolerância pela diversidade (quando existe) que tem facilitado os saltos qualitativos da nossa civilização.
  • Parece ser de fácil entendimento – creio que, de um modo geral, todos temos uma percepção sobre a tolerância, que não se afasta demasiado da realidade,
  • Parece ser de fácil aplicação – basta reconhecer nos outros o direito à diferença,
  • Parece ser universal – não se conhecem variações significativas entre as diversas culturas.
  • Parece existir em todos os humanos – nunca conheci ninguém que reconhecesse não ser tolerante.
E contudo, é na sua “ausência” que parece radicar a maioria dos desentendimentos que grassam por esse mundo fora – é como se existissem dois tipos de tolerância:
  • Aquela que todos reconhecemos ter e que é comum a todos e,
  • Aquela que praticamos.
Creio que o problema está precisamente aqui – praticamos uma tolerância que parece estar inquinada e influenciada por factores externos ao qual normalmente não reconhecemos a importância que têm.
Tudo isso vem a propósito de ter estado a reler a Alegoria da Caverna de Platão (reproduzida abaixo) e de durante esse processo ter ficado com a sensação de que todos vivemos realmente numa caverna - cada um na sua. Se assim é, então o relacionamento entre as pessoas embora pareça ser próximo, é na realidade muito mais distante, já que “gritamos” de caverna para caverna, cada um tentando fazer com que os outros reconheçam que as nossas sombras é que são as reais.
De facto, qual de nós pode dizer que conhece realmente a realidade? Cada um de nós tem uma percepção da realidade enformada por todas as suas “sombras”, o que a torna necessariamente diferente da dos outros, e é à luz desta percepção (aquilo que conseguimos ver de dentro da nossa caverna) que avaliamos cada acto que fazemos e a forma como nos devemos relacionar com os outros. É também à luz destas “sombras”, que aplicamos a nossa versão de “tolerância” – se a caverna é diferente e se as “sombras” também o são, então talvez resida aqui a razão para, tendo valores comuns, aplicarmos versões “costumizadas” de tolerância.
Acredito que a solução para muitos dos problemas está precisamente em conseguirmos tirar as pessoas das suas cavernas, ou pelo menos, juntá-las numa só. Desta unificação, só poderá resultar um melhor entendimento entre todos.
Como é que isso se faz? – não faço ideia. Deixo esta pergunta em aberto para os leitores do Blog poderem contribuir, se se atreverem a sair da sua caverna …
Saudações
A. Jorge

Alegoria da Caverna – Platão

O Mito da Caverna

Trata-se de um diálogo metafórico onde as falas na primeira pessoa são de Sócrates, e seus interlocutores, Glauco e Adimato, são os irmãos mais novos de Platão.

(…)
Sócrates – Agora imagina a maneira como segue o estado da nossa natureza relativamente à instrução e à ignorância. Imagina homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, com uma entrada aberta à luz; esses homens estão aí desde a infância, de pernas e pescoços acorrentados, de modo que não podem mexer-se nem ver senão o que está diante deles, pois as correntes os impedem de voltar a cabeça; a luz chega-lhes de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles; entre o fogo e os prisioneiros passa uma estrada ascendente. Imagina que ao longo dessa estrada está construído um pequeno muro, semelhante às divisórias que os apresentadores de títeres armam diante de si e por cima das quais exibem as suas maravilhas.
Glauco – Estou vendo.
Sócrates – Imagina agora, ao longo desse pequeno muro, homens que transportam objectos de toda espécie, que os transpõem: estatuetas de homens e animais, de pedra, madeira e toda espécie de matéria; naturalmente, entre esses transportadores, uns falam e outros seguem em silêncio.
Glauco - Um quadro estranho e estranhos prisioneiros.
Sócrates - Assemelham-se a nós. E, para começar, achas que, numa tal condição, eles tenham alguma vez visto, de si mesmos e de seus companheiros, mais do que as sombras projectadas pelo fogo na parede da caverna que lhes fica defronte?
Glauco - Como, se são obrigados a ficar de cabeça imóvel durante toda a vida?
Sócrates - E com as coisas que desfilam? Não se passa o mesmo?
Glauco - Sem dúvida.
Sócrates - Portanto, se pudessem se comunicar uns com os outros, não achas que tomariam por objectos reais as sombras que veriam?
Glauco - É bem possível.
Sócrates - E se a parede do fundo da prisão provocasse eco sempre que um dos transportadores falasse, não julgariam ouvir a sombra que passasse diante deles?
Glauco - Sim, por Zeus!
Sócrates - Dessa forma, tais homens não atribuirão realidade senão às sombras dos objectos fabricados?
Glauco - Assim terá de ser.
Sócrates - Considera agora o que lhes acontecerá, naturalmente, se forem libertados das suas cadeias e curados da sua ignorância. Que se liberte um desses prisioneiros, que seja ele obrigado a endireitar-se imediatamente, a voltar o pescoço, a caminhar, a erguer os olhos para a luz: ao fazer todos estes movimentos sofrerá, e o deslumbramento impedi-lo-á de distinguir os objectos de que antes via as sombras. Que achas que responderá se alguém lhe vier dizer que não viu até então senão fantasmas, mas que agora, mais perto da realidade e voltado para objectos mais reais, vê com mais justeza? Se, enfim, mostrando-lhe cada uma das coisas que passam, o obrigar, à força de perguntas, a dizer o que é? Não achas que ficará embaraçado e que as sombras que via outrora lhe parecerão mais verdadeiras do que os objectos que lhe mostram agora?
Glauco - Muito mais verdadeiras.
Sócrates - E se o forçarem a fixar a luz, os seus olhos não ficarão magoados? Não desviará ele a vista para voltar às coisas que pode fitar e não acreditará que estas são realmente mais distintas do que as que se lhe mostram?
Glauco - Com toda a certeza.
Sócrates - E se o arrancarem à força da sua caverna, o obrigarem a subir a encosta rude e escarpada e não o largarem antes de o terem arrastado até a luz do Sol, não sofrerá vivamente e não se queixará de tais violências? E, quando tiver chegado à luz, poderá, com os olhos ofuscados pelo seu brilho, distinguir uma só das coisas que ora denominamos verdadeiras?
Glauco - Não o conseguirá, pelo menos de início.
Sócrates - Terá, creio eu, necessidade de se habituar a ver os objectos da região superior. Começará por distinguir mais facilmente as sombras; em seguida, as imagens dos homens e dos outros objectos que se refletem nas águas; por último, os próprios objectos. Depois disso, poderá, enfrentando a claridade dos astros e da Lua, contemplar mais facilmente, durante a noite, os corpos celestes e o próprio céu do que, durante o dia, o Sol e sua luz.
Glauco - Sem dúvida.
Sócrates - Por fim, suponho eu, será o sol, e não as suas imagens refletidas nas águas ou em qualquer outra coisa, mas o próprio Sol, no seu verdadeiro lugar, que poderá ver e contemplar tal qual é.
Glauco - Necessariamente.
Sócrates - Depois disso, poderá concluir, a respeito do Sol, que é ele que faz as estações e os anos, que governa tudo no mundo visível e que, de certa maneira, é a causa de tudo o que ele via com os seus companheiros, na caverna.
Glauco - É evidente que chegará a essa conclusão.
Sócrates - Ora, lembrando-se de sua primeira morada, da sabedoria que aí se professa e daqueles que foram seus companheiros de cativeiro, não achas que se alegrará com a mudança e lamentará os que lá ficaram?
Glauco - Sim, com certeza, Sócrates.
Sócrates - E se então distribuíssem honras e louvores, se tivessem recompensas para aquele que se apercebesse, com o olhar mais vivo, da passagem das sombras, que melhor se recor-dasse das que costumavam chegar em primeiro ou em último lugar, ou virem juntas, e que por isso era o mais hábil em adivinhar a sua aparição, e que provocasse a inveja daqueles que, entre os prisioneiros, são venerados e poderosos? Ou então, como o herói de Homero, não preferirá mil vezes ser um simples lavrador, e sofrer tudo no mundo, a voltar às antigas ilusões e viver como vivia?
Glauco - Sou de tua opinião. Preferirá sofrer tudo a ter de viver dessa maneira.
Sócrates - Imagina ainda que esse homem volta à caverna e vai sentar-se no seu antigo lugar: Não ficará com os olhos cegos pelas trevas ao se afastar bruscamente da luz do Sol?
Glauco - Por certo que sim.
Sócrates - E se tiver de entrar de novo em competição com os prisioneiros que não se liberta-ram de suas correntes, para julgar essas sombras, estando ainda sua vista confusa e antes que seus olhos se tenham recomposto, pois habituar-se à escuridão exigirá um tempo bastante longo, não fará que os outros se riam à sua custa e digam que, tendo ido lá acima, voltou com a vista estragada, pelo que não vale a pena tentar subir até lá? E se alguém tentar libertar e conduzir para o alto, esse alguém não o mataria, se pudesse fazê-lo?
Glauco - Sem nenhuma dúvida.
Sócrates - Agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar, ponto por ponto, esta imagem ao que dissemos atrás e comparar o mundo que nos cerca com a vida da prisão na caverna, e a luz do fogo que a ilumina com a força do Sol. Quanto à subida à região superior e à contemplação dos seus objectos, se a considerares como a ascensão da alma para a mansão inteligível, não te enganarás quanto à minha ideia, visto que também tu desejas conhecê-la. Só Deus sabe se ela é verdadeira. Quanto a mim, a minha opinião é esta: no mundo inteligível, a ideia do bem é a última a ser apreendida, e com dificuldade, mas não se pode apreendê-la sem concluir que ela é a causa de tudo o que de recto e belo existe em todas as coisas; no mundo visível, ela engendrou a luz; no mundo inteligível, é ela que é soberana e dispensa a verdade e a inteligência; e é preciso vê-la para se comportar com sabedoria na vida particular e na vida pública.
Glauco - Concordo com a tua opinião, até onde posso compreendê-la.

(…) Trecho do livro VII da República de Platão )

29 agosto 2008

Balanço do Mês de Agosto

Não terá sido o mês mais produtivo em termos de textos, aliás penso que não chegará a ter um texto por cada dia util do mês. Este numero que é normalmente o objectivo a que nos propomos, não foi atingido por várias razões a saber:

Não tive imaginação;
Não tive capacidade;
Não tive tempo;
Etc.

É por demais evidente que esta ultima razão, perfeitamente definida, foi a que mais contribuiu para o reduzido numero de textos.

Tivemos um pouco de tudo, inclusivamente um cão.

Juntamos um novo "escrevinhador" ao Blog, cujo nome A.Jorge já se vê na lista, mas que por uma razão ou por outra ainda não pôs aqui o seu primeiro texto, que é de grande qualidade.

Caro A.Jorge, o melhor é pores o texto porque senão passo por mentiroso.

Todavia e apesar de ser Agosto, o blog registou um afluxo de leitores muito grande. Posso garantir que os máximos diários de visitas de sempre foram registados este mês, e que a média diária de visitantes está muito próximo ou mesmo acima da melhor media historica de sempre.

E perguntam-se os leitores.

Será que ensandeceu ? Estará fora de si ? Porque razão publica ele um balanço antes do fim do mês ?

Pois, bem é que vou viajar e só volto no fim da proxima semana.

Lá para 7 ou 8 de Setembro retomo a actividade blogueira.

José Ruah

PS: quem fica que não se acanhe e que ponha aqui textos.

26 agosto 2008

O Areias continuando a ser um cão....

(imagem de arquivo)





...afinal chama-se Husky e não é um Alaskan Malamute mas sim um Husky Siberiano de grande porte, ver aqui .

E como sei isto ? Fácil o dono contactou quem o encontrou e explicou toda a história. O Husky fugiu de casa, presumivelmente, na sexta feira.

O dono que estava ausente apenas foi informado do desaparecimeto do cão pela sua empregada na 2ª feira. De entre as suas diligencias para o encontrar foi à PSP de Cascais e lá foi informado do contacto da pessoa que tinha encontrado o cão.

Feita a chamada telefónica, percebido que o cão de se falava era o mesmo, foi o dono informado de tudo o que havia sido feito, e que poderia ir buscar o cão à União Zoofila o que aconteceu hoje de manhã.

Sei também que depois de sair da UZ o Husky foi visto pelo seu veterinário usual e que foi medicado e tratado a pequenas mazelas, sendo-lhe recomendado repouso, pois afinal sempre tem 10 anos e não os 6 ou 7 que se pensava antes.

Esta é uma história veridica, que aconteceu exactamente nos dias que estão relatados e que felizmente teve um final feliz.

Outras há que não têm finais felizes.

A diferença de um final para o outro é apenas a indeferença.

Se a familia que recolheu o Husky tivesse sido indiferente ao caso e tivesse passado sem recolher o cão, como todos os outros carros fizeram, não teria feito a diferença.

Do sucesso ao insucesso o caminho é indiferença.

Esta é a mensagem destes dois posts.

Os maçons não podem ser indiferentes ao que os rodeia. Ao trabalharem a sua pedra bruta para se tornarem melhores, não podem deixar essa melhoria apenas para si e no seu respectivo intimo, têm que interagir com a sociedade tentando imbuir essa mesma sociedade da sua melhoria individual.

Segundo a teoria do Caos, uma borboleta abanando as asas de um lado do Mundo pode causar um Ciclone do outro lado. Talvez possamos aplicar essa mesma teoria na intervenção na sociedade. Hoje um pouco aqui pode gerar um muito em qualquer parte do Mundo.

O Husky ( Areias) poderá viver o que lhe falta de vida, e espero que sejam muitos e bons anos, junto de quem lhe quer bem. Teve de facto outra oportunidade.



José Ruah

23 agosto 2008

Areias é um cão que....

(foto de arquivo e para ilustrar)

...Teve mais uma oportunidade.

O Areias, assim foi baptizado por quem o encontrou, é um cão da raça Alaskan Malamute com uns 6 anos. Foi encontrado a noite passada por gente que lhe quis bem e que ao vê-lo pela meia noite andando numa estrada da zona do Guincho, quase sem forças e sem capacidade de reacção para se desviar dos carros, o meteram no carro, antes que fosse atropelado e morresse ali mesmo no meio da estrada.

O Areias estava perdido, tinha coleira mas sem telefone e não tinha chip electrónico como se veio a verificar no dia seguinte.

Quem o encontrou dirigiu-se à PSP e à Policia Municipal de Cascais, sendo que todos de forma simpatica tentaram ajudar. Ficaram com os contactos não fosse alguém aparecer e reclamar o cão e informaram que infelizmente o refugio S. Francisco de Assis para animais abandonados ali na zona, estava fechado ao fim de semana e que só na 2ª feira seria possivel ir lá entregar o cão.

Face à situação, o cão ficou na casa de uma das pessoas que o encontraram, por essa noite. Aí recebeu agua, comida, cama e carinho.

Pela manhã foi necessário encontrar uma solução para o Areias, uma vez que por muita vontade que houvesse por parte de quem o encontrou, não havia a possibilidade de o acolher de forma definitiva.

Com a ajuda da Internet e de um numero importante de amigos que inclusivamente puseram anuncios na Net, foi possivel encontrar um abrigo para o Areias. A UNIÃO ZOÓFILA aceitou-o solicitando apenas que o Areias estivesse desparasitado e vacinado e que fosse feito um donativo em alimentação.

Assim ele foi levado ao veterinário onde além de vacinado e desparasitado, foi também avaliado, verificando-se que não padecia de nenhum mal de monta, embora se percebesse que teria um pequeno problema articular que lhe podia causar dor, bem como um cansaço muscular fruto da seguramente longa caminhada em busca dos seus donos que fizera na vespera e ainda uma ligeira desidratação. Foi medicado e foi recebendo na "sua" malga água na medida da sua sede.

Depois foi recebido com carinho pela UNIÃO ZOÓFILA, ficando numa box para se ambientar. Simultaneamente foi também apadrinhado por dois dos membros da familia que o encontrou e que também se encontravam no carro na vespera.

O Areias poderá não ter uma vida de Rei, mas seguramente terá uma vida com dignidade.

O leitor se quiser pode ajudar. Vá ao site da UNIÃO ZOÓFILA e veja como.
José Ruah



22 agosto 2008

Nelson Évora, Campeão em Pequim e na Vida

Ontem fiz um comentário ao post do ZéRuah relativo à vitória do Nelson Évora em Pequim.
Hoje chegou-me uma notícia da Lusa sobre o mesmo tema, mas na qual se detalha um pouco mais as preocupações de um Campeão. Resolvi transcrevê-la para aqui.
Cá vai:

Nuno André Martins, Agência Lusa
Lisboa, 21 Ago (Lusa) - As brincadeiras nas ruas de Odivelas levaram-no ao desporto e a Escola Secundária da Ramada aos saltos - em Pequim, Nelson Évora, "o menino de Odivelas", saltou para a história com um ouro que teimava em não chegar.
Nascido na Costa do Marfim a 20 de Abril de 1984, vive em Odivelas desde os seis anos e foi aí que começou no atletismo. O desporto escolar na Escola Secundária da Ramada introduziu-o no atletismo e aos 10 anos ingressou no Odivelas Futebol Clube, onde conheceu o seu treinador de sempre, João Ganso. Mais tarde passou para o Sport Lisboa e Benfica, mantendo o seu treinador.
"Sempre muito bem disposto, bom amigo e muito humilde. Esforçava-se sempre um pouco mais e dava tudo pelo desporto" é como o amigo António Atabão descreve o campeão olímpico do triplo salto, Nelson Évora.
Amigo há mais de 17 anos, António Atabão é organizador em Odivelas de provas de atletismo, algumas delas onde Nelson Évora entrou "só pela brincadeira, já que o desporto dele era o salto. Primeiro em altura, depois em comprimento".
"O Nelson começou a treinar com os filhos do treinador, o que lhe dava mais alento e obrigava-o a esforçar-se ainda mais", disse à Lusa António Atabão.
O jovem, filho de cabo-verdianos e nascido na Costa do Marfim, onde o pai trabalhava, chegou a Portugal com cinco anos e pouco depois já treinava com João Ganço, tendo se naturalizado português aos 18.
Sempre consciente e "muito humilde", o amigo António Atabão afirma que "o titulo não lhe subiu à cabeça e continua a falar a todos da mesma maneira".
O atleta já leiloou o seu fato e botas com que ganhou o mundial de atletismo de Osaka, no Japão, com as receitas a reverter para crianças carenciadas tendo inclusivamente se deslocado à Ilha de São Vicente, em Cabo Verde para fazer um levantamento das carências das escolas cabo-verdianas.
Nelson Évora, que teve nacionalidade cabo-verdiana até aos 18 anos, foi recebido pela presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Isaura Gomes, e teve a oportunidade de conhecer vários familiares que nunca teria conhecido.
Contudo, numa entrevista recente, Évora manteve que faz intenções de "morar em Odivelas durante muitos anos".
Hoje conquistou a quarta medalha de ouro portuguesa na história dos Jogos Olímpicos, a 22ª no total, ao vencer o concurso do triplo salto de Pequim2008, com 17,67 metros no quarto ensaio.
Lusa/Fim.
Já agora, assim como que por acaso, vejam que as medalhas cá para o pessoal, continuam ligadas ao 3.
É o 3iatlo, é o 3ple-salto...

JPSetúbal

21 agosto 2008

Dia do Maçon

O dia do Maçon é essencialmente celebrado no Brasil a 20 de Agosto e já foi alvo de um post do Rui que pode ser lido aqui.

Este ano um Irmão da GLLP mandou-me um mail com um texto escrito a propósito da efemeride. Achei que o texto tinha qualidade e que merecia um destaque e por isso este post, mesmo que um dia atrasado.

Todavia não gosto de publicar textos de terceiros sem saber de onde vêm, localizei o texto na Internet e no Blog da Maçonaria.

Escrevi ao autor do Blog e solicitei autorização para publicar o texto que me foi concedida por escrito.

Sendo assim publico o texto na sua versão Original .

"

Que gente é essa ???

É gente de conteúdo interno que transcende a compreensão medíocre, simplória.

É gente que tem idealismo na alma e no coração, que traz nos olhos a luz do amanhecer e a serenidade do ocaso. Tem os dois pés no chão da realidade.

É gente que ri, chora, se emociona com uma simples carta, um telefonema, uma canção suave, um bom filme, um bom livro, um gesto de carinho, um abraço, um afago.


É gente que ama e curte saudades, gosta de amigos, cultiva flores, ama os animais. Admira paisagens. Escuta o som dos ventos.


É gente que tem tempo para sorrir bondade, semear perdão, repartir ternura, compartilhar vivências e dar espaço para as emoções dentro de si. É gente que gosta de fazer as coisas que gosta, sem fugir de compromissos difíceis e inadiáveis, por mais desgastantes que sejam.


Gente que semeia, colhe, orienta, se entende, aconselha, busca a verdade e quer sempre aprender, mesmo que seja de uma criança, de um pobre, de um analfabeto.


É gente muito estranha os Maçons.


Gente de coração desarmado, sem ódio, sem preconceitos baratos ou picuinhas. Gente que fala com plantas e bichos. Dança na chuva e alegra-se com o sol.


Eh!! Gente estranha esses Maçons.


Falam de amor com os olhos iluminados como par de lua cheia. Gente que erra e reconhece. Gente que ao cair, se levanta, com a mesma energia das grandes marés, que vão e voltam.

Apanha e assimila os golpes, tirando lições dos erros e fazendo redentores suas lágrimas e sofrimentos. Amam como missão sagrada e distribuem amor com a mesma serenidade que distribuem pão. Coragem é sinônimo de vida, seguem em busca dos seus sonhos, independente das agruras do caminho.


Essa gente, vê o passado como referencial , o presente como luz e o futuro como meta.


São estranhos os Maçons!


Cultuam e estudam as Sagradas Tradições como forma de perpetuar as leis que regem o Universo, passam de geração para geração a fonte renovadora da sabedoria milenar. São fortes e valentes, e ao mesmo tempo humildes e serenos. Com a mesma habilidade que manuseiam livros codificados de sabedoria, o fazem com panelas e artefatos. São aventureiros e ao mesmo tempo criam raízes, inventam o que precisa ser inventado. Criam e recriam. Contam contos e contam suas próprias histórias.


Falam de generosidade em exercício constante. Ajudam os necessitados com sigilo e discrição. Conduzem a pratica desinteressada e oculta da caridade e do amor ao próximo.


Interessante essa gente, esses Maçons.


Obrigam-se nas tarefas, de estudar a Arte Real, de evoluir, de amar e dividir. Partilham da mesa do rei e de um abrigo montanhês com o mesmo sorriso enigmático de prazer e sabedoria que iluminava a face de seus ancestrais. Degustam um pão artesanal, com a mesma satisfação que o fazem em um banquete cinco estrelas.


Amam em esteiras e em grandes suítes, desde que estejam felizes, pois ser feliz e levar felicidade, é sempre a única condição dessa gente estranha. É gente que compra briga pela criança abandonada, pelo velho carente pelo homem miserável, pela falta de respeito humano. É gente que fica horas olhando as estrelas, tentando decifrar seus mistérios, e sempre conseguem.


Agradecem pelas oportunidades que a vida lhes dá. Aliás, essa gente estranha agradece por tudo, até pela dor, que tratam como experiência.Se reúnem em Escolas Iniciáticas que chamam de Lojas, para mutuamente se bastarem, se protegerem, se resguardarem, para resgatar valores, e estudar muito.


Interessantes são os Maçons.


Mas interessante mesmo é a fé que os mantém vivificados ao longo de tantos anos.
Abençoada essa estranha gente.


É dessa estranha gente, que o Grande Arquiteto dos Universos precisa para o terceiro milênio.


É à essa estranha gente, de que sou parte, que desejo DE TODO MEU CORAÇÃO, as mais ardorosas congratulações.


Que o Irmão Maior, de lá do Eterno Cosmo à todos derrame uma dose extraordinária de Luz, para que essa estranha gente de que fazemos parte, a possa refletir pelo mundo e assim levar a benção à todas as gentes... estranhas ou não.


FELIZ DIA DO MAÇOM!


FRATERNALMENTE,

Ir.'. Luiz Mangano"

in http://blogdamaconaria.blogspot.com/
Blog de James Couto


José Ruah

O Triplo Nelson - Uma vez mais!!

Parece que há eventos que se repetem em Agosto, e se dois deles são já tradicionais, o Aniversário do Rui e o Dia do Maçon ( do qual falarei em post posterior), há um terceiro que parece querer enraizar-se em Agosto.

A Medalha de Ouro do Nelson Evora no triplo salto.

Pois é o Nelson em Pequim conseguiu uma brilhante vitória no Triplo Salto e a Bandeira Portuguesa e a Portuguesa serão vistas e ouvida no Estadio Olimpico de Pequim.

O " A PARTIR PEDRA" congratula-o e deseja-lhe as maiores felicidades e

Caro Nelson, cá te espero em Agosto de 2009 !!!!!


José Ruah

Hoje é dia de .....

FESTA !


Grande Abraço de Parabéns







aqui do pessoal do Blog

JPSetubal e José Ruah

20 agosto 2008

Continuamos em Agosto mas não parece !

Tradicionalmente a maçonaria para em Agosto. Nalguns países pára mesmo em Julho e Agosto. Ou seja aos obreiros é reconhecido o direito a férias tal qual como numa qualquer Oficina, ou Loja.

Os Maçons são como os outros têm direito a Férias, a estar com as respectivas famílias e a não se preocuparem com os trabalhos rituais nem com o funcionamento da Loja.

Pois é ! Isto é Verdade mas não para todos.

Aqui este escriba está atarefadissimo com uma incumbencia do MR Grão Mestre. Quer ele que no início de Setembro esteja pronto para distribuição o novo Ritual do Grau de Companheiro para o Rito Escocês Antigo e Aceite.

E para tal chamou ao trabalho dois obreiros da sua confiança, que têm dado ao dedo. O FPC criou as versões iniciais, baseadas no Ritual existente.

Mandou-as por e-mail cá para mim, e eu estou a trabalhar na que será a versão para apresentação ao GM, já formatada, com a apresentação e aspectos finais, etc.

Preferencialmente sem erros mas sobretudo sem fontes de equivocos.

Enfim, coisas de Grande Inspector.

José Ruah

15 agosto 2008

Veneravel Mestre - "Nosso" vs "Eu"

Há uns tempos atrás abordámos no blog a questão da Sucessão nos seguintes post
Percurso a Venerável de minha autoria e Da Linha e do Percurso da autoria do Rui Bandeira

Um atento leitor Brasileiro que abaixo se identifica e que é Irmão trabalhando numa Loja do estado do Paraná ao não conseguir colocar um comentário enviou-o por correio electrónico, dando autorização que fosse reproduzido.

Diz-nos então como segue:

“Visão cabalística para o caminho a Venerável Mestre.
Na "Arvore da Vida",ou KABBALAH como queiram, o Ven:. Me:. ocupa a posição de KETHER. É a posição referente a letra hebraica YOD (10), reservada à pessoas investidas do "NOSSO" fortemente.É uma condição indispensável para que a energia da EGREGA seja profícua. Pessoas com o "EU" muito fortes aterram no próprio trono de Salomão a energia da égregora, e a Loja ficará prejudicada na maioria das ocasiões. Então, não basta simplesmente querer ser Ven:.M:., ou já ter passado por outros cargos, é sobretudo e importante ser um Ir:. evoluído no desbastar da PEDRA BRUTA. É mister ser uma pessoa do "NOSSO", ser bom ouvinte e complacente por natureza.
Triplice aos irs:. portugueses.
Avides R. F.
Lj Tiradentes - Curitiba – Brasil”

Este Irmão pega numa vertente muito mais esotérica para analisar a questão e mesmo com toda a subjectividade da Cabala ele transmite uma mensagem absolutamente objectiva.

O Venerável tem que possuir uma noção de Nosso muito mais forte que uma noção de Eu.

Gostei do que li e por isso permiti-me escrever algo acerca do assunto.

Ao longo dos anos conheci muitos Veneráveis de muitas Lojas, e intuitivamente ia dizendo para mim, que um era muito “mandão”, outro “brando de mais”, outro muito falador, enfim fui catalogando, e com isso permitia-me tentar perceber o que ia acontecer naquela Loja nesse ano.

Ao longo dos últimos anos, tenho tido sempre uma conversa com o novo Venerável da Mestre Affonso Domingues. Essa conversa tem sempre lugar para meados de Novembro.

Porquê meados de Novembro e não inicio de Setembro que é a altura da tomada de posse?

Há evidentemente uma razão para isso. Em meados de Novembro o novo Venerável já dirigiu 3 ou 4 sessões. Já se libertou do nervosismo inicial e já começou a mostrar como faz e qual o seu estilo.

E nessa altura, é altura de transmitir a minha opinião sobre o desempenho. Em conversa privada e longe de quaisquer outros ouvidos que não os do Venerável.
A minha opinião pode ser qualquer, desde dizer-lhe que está tudo certo e que se continuar assim vai ser um sucesso, até dizer-lhe que o modo como está a gerir a Loja pode gerar que perca o controlo.

Mas sempre lhes digo a mesma coisa, antes de grandes decisões e antes de submeter assuntos mais complexos à Loja, envolvam outros Irmãos Mestres no assunto, auscultando-os e trazendo-os para o projecto se for esse o caso, sejam os Árbitros e não os jogadores.

O nosso Irmão Avides, diz-nos que o sentido colectivo do Venerável é a característica essencial e uma das chaves para o sucesso do mandato. E eu concordo.

Há várias maneiras para se chegar ao “ Nosso”. A mais recomendável é através de trabalho individual de aperfeiçoamento, de entendimento do que é uma Loja, de respeito pelos demais, do uso da firmeza quando necessário. É evidente que isto não invalida que se deva percorrer um caminho para chegar a Venerável, deve-se é juntar nesse caminho as peças necessárias para que a preparação seja o mais completa possível, quer ritual, quer administrativa, quer psicológica.

É também evidente que “ não pode ser tudo nosso” ou seja o Venerável tem que de vez em quando ser “Eu” e dar uma batida de malhete mais forte, mas isso faz parte dos ossos do oficio.

O Venerável é o fulcro no qual está equilibrado o balancé. E essa sua missão de manter equilibrada a Loja é primordial.

E manter esse equilíbrio significa sucesso e progresso. Significa Lojas mais fortes no final de cada mandato. Significa maior consciência de grupo.

Enfim, fica aqui mais uma achega sobre o papel do Venerável Mestre de uma Loja.

Resta fazer uma ressalva final, já com este texto em produção o Irmão Avides conseguiu colocar o seu comentário, todavia achei que continuava a fazer sentido este post.
José Ruah

12 agosto 2008

É Agosto mas o trabalho não para

Caros Leitores / Dear Readers / Chers Lecteurs

Mesmo sendo Agosto o trabalho dos Maçons não para !
Although it's August, Masons do not stop working!
Même en Aout les Maçons travaillent!

Um dos nossos Irmãos está a ultimar o novo site da Loja Mestre Affonso Domingues.
One of our Brethren is finishing the Lodge's new site.
Un de nos freres est en train de terminer le nouveau Site de la Loge.

Agradecemos todos os comentários e quantos mais melhor para esta versão Beta
Please leave your opinion about this Beta version.
Nous remmercions tous les commentaires pour cette version Beta.

www.rlmad.net


Obrigado / Thank you / Merci


José Ruah

11 agosto 2008

Sobre o Grande Arquitecto do Universo

A G D G A D U

Ao meu ultimo post, Desfazendo uma confusão responderam com perguntas dois leitores assíduos deste blog. Um deles mais “perguntador” e algumas vezes mais “provocador”, outro mais leitor e que de vez em quando arrisca a escrever.

O Mês de Agosto é mesmo para isso, os leitores perguntam e eu respondo. Por isso aqui vai.

Pergunta-nos Simple:

“Aproveito a dúvida do "Anónimo" quanto à crença no Grande Arquitecto para colocar uma questão - para variar, daquelas "simples"...
Existem várias concepções possíveis de "Grande Arquitecto", que podem variar em diversas dimensões. Podem ir de um pessoalíssimo e proverbial "velho de barbas" a uma essência cósmica pouco definida, impessoal e pouco preocupada connosco. Há quem o considere Uno, Trino, ou mesmo que há Múltiplos Grandes Arquitectos - ou, ainda, um mesmo com várias "faces". Há quem O considere uma fonte de moralidade e de regras de comportamento para nós, e quem entenda que "Criador" e "Pastor" são coisas distintas, pelo que, uma vez criados (ou evoluídos...) estaríamos entregues a nós mesmos sem reportar a ninguém. Há quem acredite no Bem, na Ética, na Moral, mas que não considere, forçosamente, que os mesmos emanem de uma qualquer "divindade". Há quem espere um Paraíso com anjinhos barrocos a tocar lira, e quem entenda que o único "céu" que nos espera são as tripas de uma minhoca.
Já vi caracterizar o Grande Arquitecto como o Deus das religiões monoteístas - mais especificamente, das religiões ditas "do Livro" (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo), eventualmente e com algum esforço englobando outras religiões, eventualmente politeístas, ou mesmo o Budismo, cuja crença não passa forçosamente (tanto quanto alcança a minha vasta ignorância a este respeito) pela fé na existência de um Ente superior.
Já sei que ser "humanista" não vale, pois muitos daqueles que assim se definem são considerados "ateus" ou "agnósticos" - e o GOL estará cheio deles, e na GLLP não haverá nenhum. Onde está, afinal, a linha divisória? Ou é tudo um certo "gradiente de cinzentos"?
Deve haver uma definição algures, ou haver um Landmark - ainda mais tão fracturante - sobre algo que não se define parece-me esquisito... a não ser que esteja subentendido.
Quererá o José Ruah deitar alguma luz sobre este assunto?
Um abraço,
Simple


Respondo eu:

Quando uma regra tem muitas excepções, então não é regra. Ensinou-me um Eng. Informático de grande gabarito que nestes casos em vez de tratar as excepções é necessário alterar a regra. E isso faz-se subindo um ou mais níveis de abstracção de maneira a englobar todas as excepções na regra. E se ainda persistirem casos não tratados, subimos mais um nível.

Aqui e para responder à questão posta por Simple no seu comentário, aplica-se este ensinamento. Nele, comentário, são referidas inúmeras possibilidades, às quais contraponho – Grande Arquitecto do Universo.

Esta abstracção a que a Maçonaria chegou, engloba essas noções todas. Esta abstracção é o máximo do simbolismo. Nela cabem todos os exemplos.

E o curioso é o raciocínio parte da Abstracção máxima, logo do modelo simples, para as excepções e para a complicação. O caminho é o inverso!

Não existem várias concepções possíveis de Grande Arquitecto, a concepção em si é única e logo englobante.

Existem sim, várias representações do Grande Arquitecto, e essas são tantas quantos os crentes. Ou seja cada um de nós ao ser crente tem a sua representação do Grande Arquitecto, evidentemente marcada e definida pela nossa, a de cada um, origem, religião, cultura e passado.

A cada candidato é feita apenas uma pergunta simples;

“ Acredita na existência de um Grande Arquitecto do Universo?”

e solicitada uma resposta simples;

“ Sim” ou “Não”

Não são solicitadas elucubrações sobre o tipo de crença do candidato.

Como se pode perceber a Maçonaria, com sua secular existência alicerçada na milenar experiência dos homens, atingiu graus de abstracção tão elevados que se permite ter uma regra simples que engloba todas as complicações dos homens.


Um segundo comentarista, David, tem a mesma dúvida na essência, formulada de maneira distinta.

Pergunta ele:

“O seguinte é tirado das 12 regras da GLLP:
"1. A Maçonaria é uma fraternidade iniciática que tem por fundamento tradicional a fé em Deus, Grande Arquitecto do Universo."
O Grande Arquitecto é D.eus. Mas quem é esse D.eus designado pela GLLP ?”

Respondo eu:

Mais uma vez é necessário a abstracção. Neste caso das palavras. Os homens têm que usar palavras para expressarem as suas ideias. E as limitações do vocabulário levaram a que fosse usada a palavra DEUS.

Há que entender o contexto e não enquadrar Deus como este ou aquele conceito subjacente a uma determinada religião, mas sim como a representação figurativa de uma entidade / ente Supremo.

Aqui no 1º Landmark aparece como reforço ao conceito de Grande Arquitecto do Universo.

Temos que ter presente que a Maçonaria é essencialmente simbólica e que tudo deve ser lido com cuidado e às vezes várias vezes. Devemos sempre parar para pensar, e tentar decifrar porque razão está escrito desta maneira e não de outra. A resposta muitas vezes é a mais simples.



Como podemos ver estes dois comentadores, seguramente com origens diferentes, com passados distintos, aparecem com a mesma dúvida de base. Exactamente porque são diferentes apresentam-na de forma diversa e recebem no fundo a mesma resposta, que cada um vai interpretar de maneira distinta.

Esta diversidade de maneiras de ver é o que existem dentro de uma obediência. O conceito Uno de Grande Arquitecto do Universo é a “ferramenta” que permite que todas as “diversidades” sejam respeitadas por igual.

José Ruah

10 agosto 2008

Desfazendo uma Confusão

Um Leitor que com imaginação conseguiu um perfil de blogger chamado Anónimo, deixou-nos alguns comentários no post aqui sobre a questão da fé e da regularidade.

Começou por nos perguntar se a condição para ingressar na GLLP/GLRP era acreditar em Cristo.

Foi-lhe respondido que a questão era mais vasta, e que a única condição era acreditar na existência de um Grande Arquitecto do Universo, não tendo a questão a ver com religião mas sim com fé.


Volta o nosso leitor à carga, com as seguintes questões:

“Estou confuso, afinal o que vos diferencia da GLNP?”

E num comentário logo imediato:

“Acabei de ver uma reportagem da TVI sobre maçonaria.Se há pouco estava confuso, agora estou completamente perdido.Qual a diferencia entre GLLP, GLRP e GLNP?De todas as obediências em Portugal só consigo distinguir a particularidade do GOL que aceita mulheres e ateus sem qualquer reconhecimento por parte da regularidade inglesa, mas quanto as outras acima referidas, como distingui-las ??”


Está confuso sim senhor!

Vamos tentar resolver a confusão.

1 – Nem tudo o que se vê na televisão é de boa qualidade ou verdadeiro. Há sempre uma parte sensacionalista, uma parte invenção, uma parte show off e uma parte verdadeira e real.
Se a reportagem que viu é uma que passou originalmente há cerca de 1 ano e que refere a existência do GOL, GLLP, GLNP e GLTP então é a mesma que conheço. E será sobre esta que assento a minha opinião.

2 – Decifrando as Siglas e as datas de constituição e origens:

GOL – Grande Oriente Lusitano – fundado em 1802
Primeira Obediência em Portugal, tendo sido reconhecida pela Grande Loja Unida de Inglaterra, num primeiro tempo e perdido essa regularidade quando adoptou os princípios que regiam o Grande Oriente de França, nomeadamente a não necessidade de acreditar num Grande Arquitecto do Universo, abrindo assim a ateus e agnósticos.
É uma obediência Masculina, só admitindo homens, tendo no entanto convénios de reconhecimento com Obediências Femininas, e consequentemente direitos de visitação.

GLLP – também denominada GLLP/GLRP – Grande Loja Legal de Portugal / Grande Loja Regular de Portugal – fundada em 1991
Originalmente constituída apenas como GLRP, aparece pela vontade de maçons que militavam no GOL e que com a ajuda da GLNF – Grande Loja Nacional Francesa – constituem uma Grande Loja aceite e reconhecida pela Regularidade.
Em 1996 por força do que ficou conhecido pelo Golpe do Sino, dá-se uma cisão na GLRP e por uma questão legal e administrativa, a Denominação passa para GLLP.
Esta é a única Obediência Maçónica em Portugal a ser reconhecida pela Maçonaria Regular Internacional.

Mais informações em:
Regularidade Maçónica
O Nome da Grande Loja

GLNP – Grande Loja Nacional Portuguesa – fundada cerca de 1997 em Bragança
Aparece fruto da instabilidade gerada pelo Golpe do Sino, e é essencialmente radicada no Nordeste Transmontano, onde aliás tem a sua sede.
Sendo um fruto da linha regular original, adoptou os mesmos princípios, mas não obteve reconhecimento internacional por parte da Regularidade


GLTP – Grande Loja Tradicional de Portugal – Fundada em 2005 e constituída enquanto jurisdição. Os seus fundadores são oriundos da GLLP, da qual saíram após sérias divergências.
Aceita a feminilidade, e é portanto Mista.


3 – A sua primeira confusão:

A obrigatoriedade de uma religião especifica para pertencer à GLLP. Como expliquei na minha resposta, isso não existe. Existindo sim a obrigatoriedade de acreditar num Grande Arquitecto do Universo.

4 – A sua segunda confusão:

O GOL é uma obediência masculina e não aceita mulheres nos seus quadros nem nas suas Lojas. Os Maçons do GOL são considerados Maçons pelos movimentos regulares, embora não sejam reconhecidos enquanto regulares.

5 – A sua maior confusão:

É natural que as duas organizações – GLNP e GLTP – anunciem princípios parecidos aos da GLLP, pois dela derivam e saíram os seus membros constituintes. Todavia e do ponto de vista da GLLP estas associações não são consideradas sequer maçónicas, ou seja nem sequer gozam do mesmo estatuto do GOL. Mas como se pode depreender pelo acima escrito há diferenças substanciais entre os vários caminhos.

É evidente que cada pessoa tem o direito de seguir a via que melhor lhe convém e que não posso, não devo, nem quero estar a fazer juízos de valor.


É certo que este tema é passível de grandes discussões filosóficas, mas usando o principio KISS – Keep it Short & Simple – tudo assenta nos Landmarks e no cumprimento dos mesmos, e no reconhecimento por parte do Movimento Regular internacional que inclui a United Grand Lodge of England, as Grandes Lojas Americanas, a Grande Loja Nacional Francesa e mais uma infindável lista de Grandes Lojas e Grandes Orientes.

Quanto aos Landmarks poderá ler mais em :Landmarks


E com isto espero ter contribuído para a sua confusão !


José Ruah
Com a prestimosa colaboração dos autores dos posts referenciados.
Nota: todas as opiniões expressas são do autor.

07 agosto 2008

2 estórias de AMOR

O Rui de férias, o Zé Ruah às aranhas com a “net” e o Verão em pleno. É altura de “postar” 2 estorinhas, uma enviada via e-mail, outra passada comigo. Aqui vão elas.



A minha

Em 11 de Julho p.p. o Rui colocou um “post” no qual conta a história de um copo de leite oferecido em momento oportuno e consequências respectivas.
Pela mesma altura participava eu próprio, inconscientemente, numa “distribuição de copos de leite” forçada por razões de saúde da V. Cunhada, M.A.

Uma doença grave totalmente inesperada surgiu à V. Cunhada, estavamos a 500 Km. de casa.
Dessa doença resultou um internamento no hospital da zona, uma cirurgia mal conseguida que obrigou a uma 2ª cirurgia de correcção e um pós-operatório relativamente pouco cuidado que terminou com uma “alta” totalmente descuidada.

O estado de fraqueza a que chegou impossibilitava-a de se pôr em pé (tem 67 anos, 1,63 m de altura e pesava menos de 40 Kg.). O movimento necessário para tomar qualquer alimento significava um esforço imenso.
A situação do enorme défice alimentar aumentou a dificuldade da recuperação, já que o próprio metabolismo se habituara à falta dos alimentos reagindo como tal.

Uma vez emitido o documento de alta (contra vontade da doente, contra os conselhos de 3 ou 4 médicos que se pronunciaram particularmente e com o espanto da equipa de enfermagem do hospital) foi literalmente posta na rua pelo cirurgião que a operou (da 2ª vez).

O regresso a casa estava fora de causa pela inexistência das condições mínimas que resistissem a uma deslocação de 500 km fosse em carro particular ou em ambulância (a deslocação por via aérea estava igualmente posta de parte pelas condições dos voos existentes e pela inadequação dos próprios aparelhos).

Só que na zona há uma Loja Maçónica e o “clique”aconteceu ! A cadeia de união foi espontânea e logo apareceram 1, depois 2, depois 3, depois várias vozes :
- Meu Irmão, a nossa Cunhada tem um quarto à espera dela, lá em casa. Antes de estar em condições não arrancas daqui para fora !

E assim foi durante 3 semanas.
Uma sala foi transformada em quarto, uma casa toda alterada, a lógica diária da vida dos donos da casa levou uma volta e o acolhimento fez-se, durante todo o tempo indispensável à recuperação mínima para o regresso a Lisboa.

Não me é possível passar para o papel tudo o que nos foi dado de carinho, de companhia, de atenção, de verdadeira solidariedade, de total fraternidade.

Assim foi e durante 3 semanas os maçons “mostraram a sua raça”, sem uma hesitação.

A quantos “copos de leite” tivemos nós direito durante todo este período complicado ?

Como diz o Rui, todos os gestos solidários são grandes, imensos e indispensáveis. Para o Mundo ser melhor, só é preciso que cada um faça a sua parte!
Aqui deixo o testemunho de um grupo de Irmãos que fizeram a sua parte.

Via e-mail
A AMIZADE ABSOLUTA

Numa aldeia vietnamita, um orfanato dirigido por um grupo de missionários foi atingido por um bombardeamento.
Os missionários e duas crianças tiveram morte imediata e as restantes ficaram gravemente feridas, entre elas uma menina de 8 anos, considerada em pior estado. Foi necessário chamar a ajuda por um rádio, e ao fim de algum tempo um médico e uma enfermeira da Marinha dos EUA chegaram ao local.
Teriam que agir rapidamente, senão a menina morreria devido ao traumatismo e a perda de sangue. Era urgente fazer uma transfusão, mas como? Após vários testes rápidos, puderam perceber que ninguém ali possuía o tipo de sangue necessário.
Reuniram as crianças e entre gesticulações, arranhadas no idioma tentaram explicar o que estava acontecendo e que precisariam de um voluntário para doar sangue.
Depois de um silêncio sepulcral, viu-se um braço magrinho levantar timidamente. Era um menino chamado Heng. Ele foi preparado à pressa e, deitado ao lado da menina agonizante, espetaram-lhe uma agulha na veia.
Ele se mantinha quieto e com o olhar no teto. Passado um momento, ele deixou escapar um soluço e tapou o rosto com a mão que estava livre.
O médico perguntou-lhe se estava doendo e ele negou. Mas não demorou muito a soluçar de novo, contendo as lágrimas.
O médico ficou preocupado e voltou a perguntar-lhe, e novamente ele negou. Os soluços ocasionais deram lugar a um choro silencioso e ininterrupto. Era evidente que alguma coisa estava errada.
Foi então que apareceu uma enfermeira vietnamita vinda de outra ala. O médico pediu então que ela procurasse saber o que estava acontecendo com o Heng.
Com a voz meiga e doce, a enfermeira foi conversando com ele e explicando algumas coisas, e o rostinho do menino foi se aliviando... Minutos depois ele estava novamente tranquilo.
A enfermeira então explicou aos americanos:
- Ele pensou que ia morrer, não tinha entendido bem o que vocês disseram e achou que ia ter que dar TODO o seu sangue para a menina não morrer.
O médico se aproximou dele, e com a ajuda da enfermeira, perguntou-lhe:
- Mas, se era assim, por que então você se ofereceu a doar seu sangue para ela?
E o menino respondeu simplesmente:
- Ela é minha AMIGA!!!!
JPSetúbal

06 agosto 2008

Quando a Internet falha ...

Hoje foi um dia daqueles !

O modem internet avariou. Fiquei cortado do mundo.
Finalmente ao fim de varias horas (7) de espera e inumeras chamadas telefonicas, para os varios serviços, chegou o técnico.

Trocado o modem e a Internet voltou. O técnico foi embora, e eu fui verificar todos os serviços.

Tudo a funcionar, pois não !!! O mail não funcionava.

Liguei novamente para o fornecedor e imagine-se, quando os técnicos mudam o modem, os clientes ficam sem mail, porque o MAC Address do Modem esta associado à conta principal e logo, há um problema de reconhecimento.

Normalmente, o sistema informatico do Fornecedor de Internet deveria associar automáticamente o codigo do novo Modem à conta de mail, mas não.

Torna-se então necessário que o cliente ( eu) vá à pagina do Fornecedor de Internet e proceda à recuperação das contas de mail.

Fiquei abismado !!!

Lá tive que fazer essa recuperação.

E com isto nem paciencia para escrever um post a serio pelo que fica este que é de recurso.

Espero que amanhã a coisa seja melhor

José Ruah

04 agosto 2008

Portuguese Freemasons Blog

We have received several comments and messages of Brethren from across the North Atlantic. Usually they manage to understand a bit of Portuguese and they inquire us about translation possibilities. Unfortunately to our knowledge there are no reliable translators available in the Internet, at least for free.

I decided to post in English, to honour these visitors, and to explain them a little of our project.

We are three Master Masons, from Lodge Mestre Affonso Domingues, nº 5, belonging to Grand Lodge Legal Portugal, the Portuguese regular Grand Lodge recognized in all World.

Two of us, Rui and me are from the first generation of the Lodge, as we were admitted the same day in 1991, Rui as a Fellow Craft coming from a German Lodge, and me as Entered Apprentice. Our third member JPSetubal is from the 2nd generation, as he was admitted in the beginning of the XXI century and he is finishing his term as Worshipful Master.

Two years ago, the decision of creating this Blog appeared. The conditions to post are simple:
Only Master Masons of our Lodge can Post.
Freedom of speech is absolute, no restrictions or censorship.
The Blog does not belong to Lodge, but it’s written by Master Masons of the Lodge.

It was named “ A Partir Pedra” that mean’s literally translated - To Break a Stone – in a clear reference to the traditional Masonic work.

It started as “let’s see what happens! “

Today it’s a 90 000+ visitors Blog, almost 85 e-mail subscribers, and at the best of our knowledge read basically by Brazilian and Portuguese Masons and non Masons.

We have visitors from more than 50 countries, and received comments from all over the World.

We try to publish 5 posts per week, and to involve our readers in Q&A threads, they Ask we Answer.

Two years later we are still here and we have ideas for the future.

We have covered a few issues, but our mainstream is Masonic themes. We practice in Lodge the Ancient and Accept Scottish Rite for the first three degrees – Apprentice; Fellow craft; Master Mason – as it’s the main rite in our Grand Lodge.

This way most of our texts when approaching Masonic Themes are influenced by the AASR.

We, Rui Bandeira mostly, covered also the History of our Lodge, basically with and article about each W. Master and every important event.

Issues like environment, energy shortage, medical advances, and solidarity among others are also treated in the Blog.

Hope that this small post, that I ask you to comment and ask any questions you wish, is the opening of our Blog to the English speaking Brethren thus making another step to Universal Freemasonry Brotherhood.
José Ruah

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 - 2


O nosso Rui, como de costume, resolveu meter a mão na massa, salvo seja (como sabem há uma massa de letras...), e tratou de trazer a este espaço o Acordo Ortográfico que foi ratificado há pouco pelos governantes portugueses.
Agora que ele foi para férias (BOAS FÉRIAS MANO !!!) sobem as responsabilidades dos outros 2 "calões" que só aparecem ao serviço... obrigados.
Vou propor umas senhas de presença como incentivo...
De qualquer forma esta intervenção sobre o tema estava prevista há algumas semanas, aguardando apenas a oportunidade para a lançar. Desde que descobri o texto, que transcrevo abaixo, que tenho a intenção de o compartilhar com todos Vós.
Terá sido um acaso, mas foi numa boa oportunidade.
Deixo-Vos então a minha achega a esta questão, que sendo importante não é fundamental.

Como é óbvio não pretende ser qualquer lição sobre a matéria, mas tão sómente a visão de alguém que sempre se interessou pela questão da língua e que detesta vê-la maltratada.
Detesta tanto vê-la maltrada como presa entre limites forçados de fronteiras que não existem.

1ª Intervenção
Mia Couto

Venho brincar aqui no Português, a língua. Não aquela que outros embandeiram. Mas a língua nossa, essa que dá gosto a gente namorar e que nos faz a nós, moçambicanos, ficarmos mais Moçambique. Que outros pretendam cavalgar o assunto para fins de cadeira e poleiro pouco me acarreta.
A língua que eu quero é essa que perde função e se torna carícia. O que me apronta é o simples gosto da palavra, o mesmo que a asa sente aquando o voo. Meu desejo é desalisar a linguagem, colocando nela as quantas dimensões da Vida. E quantas são? Se a Vida tem é idimensões?Assim, embarco nesse gozo de ver como escrita e o mundo mutuamente se desobedecem. Meu anjo-da-guarda, felizmente, nunca me guardou.
Uns nos acalentam: que nós estamos a sustentar maiores territórios da lusofonia. Nós estamos simplesmente ocupados a sermos. Outros nos acusam: nós estamos a desgastar a língua. Nos falta domínio, carecemos de técnica. Ora qual é a nossa elegância? Nenhuma, excepto a de irmos ajeitando o pé a um novo chão. Ou estaremos convidando o chão ao molde do pé?
Questões que dariam para muita conferência, papelosas comunicações. Mas nós, aqui na mais meridional esquina do Sul, estamos exercendo é a ciência de sobreviver. Nós estamos deitando molho sobre pouca farinha a ver se o milagre dos pães se repete na periferia do mundo, neste sulbúrbio.
No enquanto, defendemos o direito de não saber, o gosto de saborear ignorâncias. Entretanto, vamos criando uma língua apta para o futuro, veloz como a palmeira, que dança todas as brisas sem deslocar seu chão. Língua artesanal, plástica, fugidia a gramáticas.Esta obra de reinvenção não é operação exclusiva dos escritores e linguistas. Recriamos a língua na medida em que somos capazes de produzir um pensamento novo, um pensamento nosso. O idioma, afinal, o que é senão o ovo das galinhas de ouro?
Estamos, sim, amando o indomesticável, aderindo ao invisível, procurando os outros tempos deste tempo. Precisamos, sim, de senso incomum. Pois, das leis da língua, alguém sabe as certezas delas?
Ponho as minhas irreticências. Veja-se, num sumário exemplo, perguntas que se podem colocar à língua.
• Se pode dizer de um careca que tenha couro cabeludo?
• No caso de alguém dormir com homem de raça branca é então que se aplica a expressão: passar a noite em branco?
• A diferença entre um ás no volante ou um asno volante é apenas de ordem fonética?
• O mato desconhecido é que é o anonimato?
• O pequeno viaduto é um abreviaduto?
• Como é que o mecânico faz amor? Mecanicamente.
• Quem vive numa encruzilhada é um encruzilhéu?
• Se diz do brado de bicho que não dispõe de vértebras: o invertebrado?
• Tristeza do boi vem de ele não se lembrar que bicho foi na última reencarnação. Pois se ele, em anterior vida, beneficiou de chifre o que está ocorrendo não é uma reencornação?
• O elefante que nunca viu mar, sempre vivendo no rio: devia ter marfim ou riofim?
• Onde se esgotou a água se deve dizer: "aquabou"?
• Não tendo sucedido em Maio mas em Março o que ele teve foi um desmaio ou um desmarço?
• Quando a paisagem é de admirar constrói-se um admiradouro?
• Mulher desdentada pode usar fio dental?
• A cascavel a quem saiu a casca fica só uma vel?
• As reservas de dinheiro são sempre finas. Será daí que vem o nome: "finanças"?
• Um tufão pequeno: um tufinho?
• O cavalo duplamente linchado é aquele que relincha?
• Em águas doces alguém se pode salpicar?
• Adulto pratica adultério. E um menor: será que pratica minoritério?
• Um viciado no jogo de bilhar pode contrair bilharziose?
• Um gordo, tipo barril, é um barrilgudo?
• Borboleta que insiste em ser ninfa: é ela a tal ninfomaníaca?
Brincadeiras, brincriações. E é coisa que não se termina. Lembro a camponesa da Zambézia. Eu falo português corta-mato, dizia. Sim, isso que ela fazia é, afinal, trabalho de todos nós. Colocámos essoutro português - o nosso português - na travessia dos matos, fizemos com que ele se descalçasse pelos atalhos da savana.
Nesse caminho lhe fomos somando colorações. Devolvemos cores que dela haviam sido desbotadas - o racionalismo trabalha que nem lixívia. Urge ainda adicionar-lhe músicas e enfeites, somar-lhe o volume da superstição e a graça da dança. É urgente recuperar brilhos antigos.Devolver a estrela ao planeta dormente.

2ª Intervenção
Cá da casa.

É esta a nossa fortuna, uma língua com 1000 anos de construção, com alicerces em tudo quanto é mundo.
Há uma explicação para isso ?
Há uma. É Portugal.
Está na moda a discussão do “acordo ortográfico” (alguém acordou tarde, como de costume !).
Uns defendendo uma rigidez podre de nacionalista, outros defendendo uma indefensável modernidade, bacoca, sem sentido nem correspondência com qualquer realidade, por mais que se queira torcer a realidade, por mais que se argumente com argumentos de massa.
A língua portuguesa existe, é una e é responsável pela ligação de milhões de seres por todo o mundo, mesmo no mundo que os portugueses já deixaram há muitas gerações.
Os portugueses foram obrigados a deixar Goa há 50 anos.
Pois para quem percorra com cuidado os bairros mais típicos da cidade capital do estado, com ouvidos atentos será, com grande probabilidade, brindado com expressões portuguesas a saltarem de algum terraço.
E no Sri-Lanka, antigo Ceilão ? E no Japão, quantas expressões existem restantes da língua que os portugueses fizeram passar por lá ?
O belo texto apresentado acima, de Mia Couto, poder-se-á juntar a outros do Pepetela, do Luandino Vieira, do José Tolentino, do Carlos Espírito Santo, do Jorge Amado, do José de Alencar e mais dúzias de outros, originários como estes, de África, América, Ásia ou Oceânia.
Nas notícias dos últimos dias tem-se dito que a China está receptiva ao português, havendo muitos chineses inscritos em cursos da língua portuguesa.
Obviamente são interesses económicos a justificar esta curiosidade por uma língua que tiveram em casa durante 500 anos e que sempre recusaram.
E agora querem aprender português ?
Tem o seu quê de originalidade oriental.

Quanto ao acordo ortográfico... deixemos a língua arejar.
Limpemo-la das consoantes mudas, contradições da lógica do que se fala.
Aliviemo-la dos “cç”, dos “pt” e outros empecilhos semelhantes, mas deixemo-la com a sua lógica viva, correspondendo o que é escrito ao que é falado e ao seu significado, região a região.
Deixemos que cada povo, cada cultura, fabrique a sua própria comunicação a partir desta raiz comum, maravilhosa (e complicada) que é a língua portuguesa.

Essa é a língua “que perde função e se torna carícia”. Pelo menos para mim. E para Mia Couto também.
JPSetúbal





01 agosto 2008

É Agosto - é Tempo de Perguntas e Respostas

Carissimos Leitores

O Rui foi de férias, merecidas.

Neste Blog com maior ou menor assiduidade escrevem mais pessoas, e estando o "escrevinhador-mor" ausente, devem os demais assegurar a produção.

À semelhança do ano passado aqui vos deixo o desafio de fazerem as perguntas que quiserem que eu responderei conforme souber.

Tenho também que acabar o post sobre " Como entrar na Maçonaria" e poderão eventualmente aparecer algumas noticias interessantes.

Cá vos espero


José Ruah