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09 agosto 2007

Desafio - resposta Simple ou talvez nao

O nosso leitor Simple disse...

Tanto quanto consegui apurar, e parafraseando o Shrek que dizia que "os ogres são como as cebolas, às camadas", a maçonaria também é assim: a cada grau são desvendados novos "segrados". Ora, por não a entender, faz-me confusão a razão de ser de tal realidade, e foi acima de tudo essa a razão da minha pergunta sobre o segredo.
De facto, a maioria dos "ramos de conhecimento" (à falta de melhor termo), seja este de natureza científica, religiosa, filosófica, etc, desvenda integralmente todo o seu conteúdo.
Este pode, porém, ser inútil a quem não tenha os conhecimentos prévios para o entender, mas essa questão é outra, e não impede o acesso à informação.
O único exemplo de "religião" que conheço em que este conhecimento "por camadas" e respectivo segredo existe é o da Cientologia, que me absterei de comentar, apenas dizendo que não creio ter a Maçonaria absolutamente nada que ver com a mesma, pelo que estranho o facto de partilharem deste "método" de transmissão de conhecimento.
Em suma: para além do segredo sobre os sinais de reconhecimento e sobre a identidade dos irmãos - que são sobejmente conhecidos e entendidos - de que aproveita e para que serve o segredo entre graus?
Um abraço,
Simple Aureole

Pois é ! ir buscar razões complicadas para explicar coisas simples dá, na minha modesta opinião, muito trabalho e confusão.

Como funcionavam as confrarias dos Maçons Operativos ?

Exactamente assim, os segredos eram comunicados passo a passo, e assim se mantinha uma cadeia de comando.
Apenas havia um Mestre em cada Loja operativa.

Ora a Maçonaria especulativa reclama-se a continuadora da Maçonaria Operativa, que coisa mais normal que a de manter os mesmos costumes e tradições.

A Maçonaria incorporou também os esoterismos de Ordens de Cavalaria, que como sabemos se regiam por hierarquias bastantes rigidas com o conhecimento dos segredos a ser numa " need to know basis".

Ofereço-lhe aqui uma explicaçao absolutamente simples.

José Ruah

05 junho 2007

Transparências


Há algum tempo, 1 ano e tal, exprimi a minha opinião sobre o “estado da arte” no relacionamento da Maçonaria com o mundo profano.
Desde sempre pensei que o “secretismo” maçónico deveria ser equacionado de maneira a que, sem perder a condição de organização discreta, pudesse transmitir à sociedade envolvente a verdade dos sentimentos, da vontade, da actividade e dos objectivos dos maçons.
A curiosidade legítima do mundo profano sobre o que se passa na Maçonaria origina, se não tiver resposta adequada, toda a sorte de hipóteses e de “deitar a adivinhar”, que levam ao surgimento de ideias fantasistas, sistematicamente muito afastadas da realidade.
É frequente ser confrontado com a opinião de que a Maçonaria não é senão uma organização secreta, qual antro de piratas, destinada à protecção dos interesses próprios, à conquista do poder político e económico para os seus membros, com ligações obscuríssimas aos centros de decisão nacionais e internacionais.
Devo dizer que foi muito por esta razão que dei todo o apoio que me foi possível ao Irmão Rui Bandeira quando, há 1 ano e picos, me falou na criação de um blogue e entusiasmou para este projecto, a mim e ao JoséSR.
Pareceu-me desde logo que poderia ser a oportunidade que eu procurava para dizermos de nossa justiça sobre o que é a nossa vida como Maçons e da Maçonaria como organização orientada para o bem do Homem, para o aperfeiçoamento das relações humanas, para a divulgação da Paz entre os Povos, sem discriminação de nenhum tipo, aceitando como iguais todos, mas mesmo todos, os homens que queiram pôr o interesse da Humanidade acima dos seus interesses privados.
A Paz, a Alegria e a Força que são os três vectores base da nossa actividade como maçons devem poder ser explicadas ao mundo profano de maneira a que a falta de informação não possa ser aduzida como desculpa para muitas das mentiras que circulam a nosso respeito.
Verdade seja que grande parte dessas mentiras são publicitadas e postas a circular por entidades que fazem o que podem para manter o obscurantismo nas mentes dos seus seguidores, essas sim, com a certeza de que se a verdade completa sobre a sua actividade for realmente conhecida perderiam grande parte da influência que têm no mundo.
Já escrevi, mesmo aqui no blogue, que a Maçonaria não é uma organização perfeita de homens perfeitos.
Pelo contrário, reconheço, reconhecemos, que na Maçonaria encontramos bons e maus maçons, tal como em todas as organizações de Homens.
Talvez numa organização divina seja possível ter só “bons”, mas esse não é o caso da Maçonaria, que pretende caminhar sob orientação divina mas que é uma organização de humanos e como tal, com bons e maus.
É inevitável !
Estamos convencidos que a percentagem de homens bons é bem superior à de homens maus, entre os que integram esta irmandade, e essa é mais uma razão para não haver necessidade de esconder ao mundo profano muito do que se passa internamente.

Acontece que a revista “Sábado” tem feito o possível para “sensacionalizar” o que não tem nada de sensacional, e temos pena que a Sábado tenha que ganhar o seu dinheiro com o aproveitamento sensacionalista de informações que obtém, fatalmente, por processos ilegítimos.
Ilegítimos na origem pela forma como são obtidos ou ilegítimos no final pela forma como são publicados.
Neste processo alguém está a faltar a compromissos assumidos, muito provavelmente sob juramento, e isso é um péssimo sinal quanto à estatura humana dos intervenientes.

Na 5ª feira passada saiu mais uma notícia (4 ou 5 páginas com grande chamada na capa) sobre a vida interna da Maçonaria.
Da 1ª vez, há 1 mês (?), referi-me a uma estranha caixa informativa complementar à notícia, porque as dissonâncias nela contidas eram tão grandes que alguma coisa teria de ser esclarecida sobre o assunto.
Desta vez o conteúdo global da notícia é bastante escorreito no que toca aos rituais descritos, sem ser exaustivo nem perfeito é no entanto um texto quase verdadeiro.
Não refere a existência de vários rituais, nem a qual ritual pertencem os procedimentos ali divulgados.
Há alguma confusão entre o que é a GLLP/GLRP, a Casa do Sino e o GOL, assim como algumas imprecisões quanto aos nomes e sua relação com as Lojas respectivas, mas de modo geral não está mal.
Ou melhor, não estaria mal caso a informação publicada fosse obtida por métodos legítimos.
Como não foi, esse facto envenena desde logo todo o processo.

O extraordinário da coisa está em que os interessados têm à disposição toda aquela informação, e muita mais, sem sensacionalismo, sem “gafes” ou incorrecções em centenas de locais da “net”, sendo que um deles está aqui mesmo, neste blogue.
Basta ler o que Rui Bandeira tem escrito, principalmente ele, sobre a vida da Maçonaria, práticas e usos, para se ter uma colecção de informação fidedigna, validada e legitimamente divulgada, muito mais profunda e completa do que a da “Sábado”.
O que é que falta a esta informação e que a “Sábado” completa ?
São os nomes dos Ministros que são ou foram, dos Secretários que são ou foram, dos Directores que são ou foram, dos Maçons que são ou foram…
Essa é a informação que realmente falta nos textos do Rui.
E falta por 2 razões principais:

1- porque na grande maioria dos casos não sabe se fulano A ou B é maçon;
2- porque se soubesse não os publicaria, e aqui também por duas razões:

2.1- porque essa divulgação é totalmente desinteressante;
2.2- porque não estaria autorizado a fazê-lo.

Por caminhos nada louváveis e fugindo completamente ao seu objectivo (digo eu), a “Sábado” acabou prestando um bom serviço à causa da Maçonaria.
Não foi essa a intenção, garantidamente, mas está a ajudar a limpar algumas teias de aranha.
Se conseguir distinguir, dentro da confusão informativa das várias obediências, quem é quem, então direi mesmo que prestou um muito bom serviço à causa.
E já agora ponham lá também no que é que os maçons gastam o seu tempo.
Talvez dê algum trabalho adicional aos jornalistas ou talvez os jornalistas (aqueles) não estejam interessados em esclarecer por completo esse “quem é quem”, mas isso seria a cereja em cima daquele bolo.
E se os textos forem correctos, sem entrelinhas nem ambiguidades, todos ficarão com ideias
claras quanto ao verdadeiro papel da Maçonaria na sociedade e com o que a sociedade pode contar da parte dos Maçons.

Mas insisto, não vale a pena gastar dinheiro com o preço da revista.
Aqui no blogue está tudo o que interessa, e é de borla.

Apetece-me trazer ao texto o “ovo de Colombo” e a transparência do cristal, assim, tudo junto.






(foto de Gun Legler)

JPSetúbal

10 abril 2007

Cinco motivos para NÃO SER maçon

1. Influência política - Poder

Ao contrário do que muitos pensam, a Maçonaria - pelo menos a maçonaria Regular; e, mesmo quanto à Maçonaria Liberal, acho que são mais as vozes do que as nozes... - não tem mais influência junto do Poder Político do que qualquer outra instituição social. A única influência que a Maçonaria pode exercer é apenas de ordem moral, pelo exemplo dos seus membros através da aplicação dos seus princípios. Engana-se quem pensa que. ao juntar-se à Maçonaria, terá acesso aos corredores do Poder...

Aliás, uma das coisas de que o maçon rapidamente se dá conta,dentro da Ordem, é que é muito mais abrangente a ilusão do Poder, do que este propriamente dito. Ao menos em ambiente democrático, cada um exerce apenas o Poder que os demais lhe reconhecem e admitem que exerçam.

Em Loja, o detentor do Poder, o condutor, o decisor, o que detém os símbolos do Poder é o Venerável Mestre. Pois bem: como todos os que já se sentaram na Cadeira de Salomão rapidamente verificaram, a função de Venerável Mestre é aquela em que, afinal, não se tem mais direitos do que o mais recente Aprendiz e se tem mais deveres do que os restantes Mestres.

Portanto, quem busca o perfume do Poder, procure-o noutro lado, não na Maçonaria. Aqui apenas aprenderá o cumprimento dos seus deveres.

2. Influência económica - negócios e dinheiro

Quem pensar que a entrada na Maçonaria é uma porta aberta para obter contactos e negócios e o propiciar de condições para "subir na vida", pense outra vez, e pense melhor! Se for este o motivo que o faz desejar entrar na Maçonaria, poupe-se ao trabalho e às despesas. Dentro da Maçonaria fará os mesmos negócios que faria fora dela. O que todos lhe pedirão na maçonaria é que dê algo de si em prol dos outros. Dos demais receberá o que efectivamente necessite e os demais lhe possam dar, não o que deseje ou egoisticamente pense que lhe convenha. Os negócios da Maçonaria são de índole moral e espiritual. Quem deseje entrar no Templo tem que deixar os seus metais à porta deste.

3. Influência social - honrarias e reconhecimento

Na Maçonaria usam-se aventais e colares e jóias, é verdade. Mas o maçon considera tudo isso como meros penduricalhos. A única diferença entre o mais rico, bonito, bordado e colorido avental de Grande Oficial ou de Altos Graus e o simples avental branco de Aprendiz é que quem usa aquele pagou bem mais caro por ele do que o que usa este. Aliás, de todos os aventais que um maçon possa possuir, aquele que para ele tem significado é precisamente o primeiro, o mais simples, o avental branco de aprendiz. Esse é o que qualquer maçon, qualquer que seja o seu grau ou qualidade, pode sempre usar e simbolicamente deve sempre usar. Esse é o adorno que o maçon deve cuidar de manter sempre alvo e puro e, portanto, nunca conspurcado por acções censuráveis ou indignas.

O maçon gosta de usar a jóia de sua Loja, não porque seja bela ou valiosa, mas apenas e tão só porque é um dos símbolos de sua Loja e o seu uso mostra a todos os seus Irmãos o grupo fraterno em que se integra.

O maçon usa colar quando exerce uma função, não porque lhe fique bem, mas apenas e tão só como distintivo de que a está exercendo. Em bom rigor não é o maçon que usa o colar; é o colar de função que usa o maçon...

Nem na sociedade profana o estatuto de maçon atribui qualquer privilégio que não o reconhecimento das eventuais qualidades de quem o seja, nem no interior da Maçonaria o estatuto social, profissional, académico ou de fortuna diferencia um maçon de outro; o mais jovem aprendiz só tem uma maneira de se dirigir ao Muito Respeitável Grão-Mestre (apesar de formalmente lhe dar este tratamento): "meu Irmão"! E é esse mesmo o tratamento que recebe do Grão-Mestre.

Assim, aquele que porventura sonhe ser a maçonaria um local ideal para obter ou reforçar reconhecimento social, não se engane a ele, nem engane os maçons: abstenha-se de pretender ser maçon!

4. Beneficência - ajuda ao próximo

O bem intencionado que porventura procure na Maçonaria o instrumento para dar largas ao seu anseio de ajudar o próximo, de ser beneficente, se é essa a principal razão que o move, se é isso que vê na Maçonaria, também está enganado.

Não que a Solidariedade e a Beneficência não sejam prosseguidas pela Maçonaria. Claro que o são. Mas não é essa a razão de existir da Maçonaria. Não é por causa da Solidariedade e da Beneficência que a Maçonaria existe. A Solidariedade e a Beneficência são simples consequências de se ser maçon.

Em linguagem de "economês", por muito praticadas que sejam, a Solidariedade e a Beneficência não fazem, no entanto, parte do "core business" (essência) da Maçonaria.

Em linguagem de "industrialês", por muito importantes que sejam, a Solidariedade e a Beneficência são simples subprodutos da Maçonaria.

Portanto, se são a Solidariedade e a Beneficência que atraem o bem intencionado, e nada mais, e não essencialmente algo mais, então o melhor que o bem intencionado tem a fazer é dar largas ao seu anseio através de outras organizações especialmente vocacionadas para isso. A Ajuda de Berço é uma boa opção. A Cruz Vermelha, também. Os Bombeiros, idem. O Banco Alimentar contra a Fome, a mesma coisa. E muitas mais organizações há que têm na Solidariedade e na beneficência a sua razão de ser. E , mesmo sem se juntar a qualquer organização, certamente na sua rua ou na sua localidade encontrará alguém que necessita da sua ajuda. Dê-lha!

5. Curiosidade - conhecer o "segredo maçónico"

Se é a curiosidade que o faz desejar ser maçon, não se iluda: naquilo que ela pode ser satisfeita, não precisa de ser maçon para o saber.

Quer conhecer as palavras de reconhecimento mútuo dos maçons? Por quem é, não seja por isso, arme-se de um pouco de paciência, leia uns livros, encontre umas obras onde estão transcritos rituais antigos e faça favor! Nunca ouviu dizer que os maçons preservam a Tradição? Então, basta tirar a consequência: o que se fazia antigamente continua válido agora... Mas, o quê? Ser maçon só para tomar conhecimento dessas palavras sem ter de ter o trabalho de procurar? Meu caro, a Preguiça é um Pecado Mortal... Se é só por isso que quer ser maçon, os maçons não querem preguiçosos no seu seio... E - acredite em mim! -, garanto-lhe que vai ter muito mais trabalho e demorar muito mais tempo para tomar conhecimento dessas palavras, grau por grau, do que se ler nos livros certos. Está tudo publicado!

Quer conhecer os sinais secretos dos maçons? Meu caro, o You Tube preenche-lhe o anseio! Siga este atalho e ei-los, não ao vivo e a cores, mas em filme e a preto e branco! Não lhe garanto que tudo o que vir esteja certo, mas posso afirmar-lhe que algo do que vir o está...

Portanto, caro curioso, se é a curiosidade que o move a ser maçon, esqueça! Tem outros meios de a satisfazer!

E, afinal, se o que pretende é apenas conhecer como pensam, o que fazem, de que tratam, os maçons, nem sequer precisa de se incomodar muito: basta-lhe ir lendo o A Partir Pedra...

Rui Bandeira

28 fevereiro 2007

O Segredo em Maçonaria

Sobre este assunto já foi escrito um post pelo Rui Bandeira, mas como é assunto muito vasto retomo-o agora publicando uma adaptação de um trabalho (prancha) que apresentei há alguns meses em sessão ritual da Loja Affonso Domingues.

Comecemos pela minha definição de Segredo.

“ Segredo é aquela coisa que se diz baixinho a uma pessoa de cada vez “ precedido da instrução de “ Isto é segredo não podes contar a ninguém “.

E é verdade, nunca contei um segredo a ninguém, foi sempre a Alguém!!!

Sobre este tema devem já ter sido escritos pelos menos uma prancha e um capítulo (seguramente pequeno) de um livro. O que me deixa uma certa latitude para elucubrar sobre o tema.

Confesso que não li nem essa prancha nem esse capítulo, por isso apresto-me a produzir um inédito qualquer.

Penso que temos que separar planos e assim o vou fazer. Imaginem em quantos planos? Pois claro 3 (deve haver uma razão qualquer para isso mas é seguramente Segredo!)

Temos então em meu entender:

O Segredo Maçónico

O Segredo dos Maçons

O Segredo Intimo


O Segredo Maçónico no seu mais puro significado esotérico, é o Indizível. É algo que se perdeu e que se procura, e que por ter sido o Segredo de UM (e ele não dizia baixinho a alguém) e se ter perdido se manteve mesmo como Segredo.
Este é um tema que pela sua natureza me deixa pouca latitude para falar pelo que manterei segredo daquilo que sei.

Ao manter segredo daquilo que sei passo para o segundo plano.

O Segredo dos Maçons. Este é constituído por tudo o que nos é transmitido pelos nossos mestres no que a assuntos rituais diz respeito.
Em cada juramento é referido e repetida a promessa de sigilo sobre tudo o que nos for transmitido.
Este Segredo assume importância na diferenciação entre os vários graus.

Mas assume maior relevância quando se trata de revelar ou não revelar nomes. Não nos é permitido revelar nomes dos nossos Irmãos sem estarmos a coberto. Isto quer dizer que do lado de fora do Templo e face a profanos os Irmãos não têm nome, ou se têm não podem ser referenciados como Irmãos. O melhor exemplo que encontro para vos ilustrar é este Blog feito por Mestres desta Loja. Nele há “blogueiros” com pseudónimos sendo que os gestores do Blog sabem quem eles são mas têm o cuidado de publicamente os tratarem pelo pseudónimo.

E chegamos ao segredo Intimo.

À nossa decisão de revelar ao Mundo que somos ou não somos Maçons. Esta é uma decisão individual e a revelação não constitui uma quebra do Segredo, mas sim o assumir publicamente de uma qualidade.
Este processo de aparecimento público, puramente individual, tem vários níveis. Desde o Simples alfinete de lapela (PIN) que é em si pouco revelador, até ao assinar textos enquanto Maçon ou aparecer publicamente em representação da Loja ou da Grande Loja.


Escrever sobre o Segredo Maçónico, para mim que não sou um esotérico é de facto um pouco complicado por isso tentei, de uma forma ligeira, deixar aqui apenas uns pensamentos não muito profundos, mas que permitam a cada um de vós progredir na procura, se esse for o vosso desejo.

O verdadeiro segredo da Maçonaria é tão somente tornar melhores homens Bons.

O resto é Segredo.
JoseSR

01 fevereiro 2007

O Verdadeiro Segredo Maçónico


O verdadeiro Segredo Maçónico...
É um segredo de vida
E não de ritual
E do que se lhe relaciona.
Os Graus Maçónicos comunicam àqueles que os recebem,
Sabendo como recebê-los,
Um certo espírito,
Uma certa aceleração da vida
Do entendimento
E da intuição,
Que actua como uma espécie
De chave mágica dos próprios símbolos,
E dos símbolos
E rituais não maçónicos,
E da própria vida.
É um espírito,
Um sopro posto na Alma,
E, por conseguinte,
Pela sua natureza,

Incomunicável

Fernando Pessoa

O Poeta escreveu com uma tal lucidez, uma tão esclarecedora clareza, um tão ofuscante brilho, que um simples escrevinhador de textos nada mais tem para acrescentar. Limita-se a extasiar-se e a partilhar com os demais o seu encantamento!

Rui Bandeira

09 setembro 2006

A reserva de identidade do maçon


No texto anterior, aflorei a questão da reserva de identidade do maçon, assunto sobre o qual me sinto particularmente à vontade, pois eu próprio decidi deixar pública a minha condição de maçon e, por isso, assino todos os meus textos com o meu nome e apelido completos. Faço-o, obviamente, porque posso fazê-lo: a minha actividade profissional de Advogado e a forma como a exerço, em profissão liberal, em escritório próprio, liberta-me de constrangimentos com patrões ou superiores hierárquicos que porventura me pudessem prejudicar pela assunção da minha integração na Ordem Maçónica. Muitos outros, porém, não podem revelar publicamente a sua condição de maçons, por receio de represálias de quem ainda vê na Maçonaria um bicho de sete cabeças...
A reserva de identidade do maçon é uma das mais antigas regras da Maçonaria e, no fundo, traduz-se na simples regra que todo o maçon jura cumprir: não revelar a profanos a identidade de um seu irmão. Note-se: não há nada de secreto na condição de maçon. Cada qual pode assumir-se como maçon e pode e deve fazê-lo quando entenda que tal assunção não o prejudica, nem à sua família, pois um maçon sente-se honrado em sê-lo.
A reserva de não identificação de seu Irmão como maçon advém do facto de, durante muito tempo, e em função, quer das guerras religiosas, quer, pura e simplesmente, dos fundamentalismos religiosos (quem não se lembra da Santa Inquisição e das guerras entre Católicos e Protestantes que durante dezenas e dezenas de anos sangraram a Europa, com a inutilidade de cada lado matar os do lado oposto... em nome do mesmo Deus?), não ser seguro para um maçon divulgar essa sua condição. Com efeito, desde sempre que, nas Lojas Maçónicas, se praticou a total abertura e tolerância religiosa. Pode ser maçon o crente de qualquer religião, ou até mesmo o crente não vinculado a uma religião particular. Basta que seja Homem Livre e de Bons Costumes e que creia no Criador, chame-lhe o nome que chamar. E nenhuma distinção é feita entre maçons em função da religião de cada qual. De facto, até para garantir que nunca nenhuma dissensão entre maçons possa surgir em virtude de diversas opções religiosas, a Religião é um dos dois temas cuja discussão não é admitida em Loja (o outro é a Política)!
É claro que em tempos de guerras e fundamentalismos religiosos, a tolerância e a protecção mútua entre elementos de diferentes religiões não era bem vista; pior, não era sequer admitida. Para os fundamentalistas de qualquer dos lados, o Maçon era sempre o tipo que privava com o "inimigo", que o protegia. E, se assim era, também não era de confiança ou era, mesmo, também um inimigo, que devia ser abatido, imolado pelo fogo ou passado a fio de espada... A reserva da condição de maçon era, pois, uma verdadeira questão de sobrevivência!
Claro que nos dias de hoje o problema já se não coloca nos mesmos termos: ninguém é abatido por ser maçon.
Mas, ainda hoje, há muitos preconceitos à solta contra a Maçonaria e os maçons. Em parte, também por culpa desta e destes, verdade seja dita... Esperamos que o preconceito vá desaparecendo. Para tal, sabemos que também nós próprios, maçons, temos de contribuir para ajudar a esse desaparecimento, dando-nos a conhecer, e aos nossos ideais e propósitos, enfim, afastando a fama de mistério que ainda rodeia a Maçonaria (e é evidente que o Desconhecimento gera Desconfiança, se não mesmo Temor...). Este blogue é uma pequenina contribuição para isso.
Mas, por enquanto, e infelizmente, persistem ainda motivos para a reserva pública quanto à identidade de muitos maçons. É pena que assim seja, mas contra factos não há argumentos. E, portanto, a decisão da revelação da condição de maçon é exclusivamente individual e é e deve ser pelos demais integralmente respeitada.
Foi por isso que me indignei com a fuga de informação que motivou a exposição pública da condição de maçons ainda que "expulsos" ou excluídos). E que me indignei ainda mais com a exposição da identidade de pessoas que, tendo pretendido ser admitidos maçons, foram rejeitados.
Rui Bandeira

08 setembro 2006

Negligência ou algo mais?


O jornal 24 Horas de ontem publicou, com título e enorme fotografia na primeira página, a notícia de que um conhecido político tinha sido "expulso" da Maçonaria. No interior do jornal, a notícia foi desenvolvida e procedeu-se à publicação de uma lista de algumas dezenas de indivíduos que tinham também sido "expulsos da Maçonaria", entre os quais mais alguns políticos. Publicou-se ainda uma mais reduzida lista de nomes de indivíduos cuja "admissão na Maçonaria" teria sido rejeitada.

Nada tenho a apontar ao jornal com esta publicação: um jornal existe para descobrir e publicar notícias! Mas considero inadmissível que o jornal tivesse tido acesso aos elementos que lhe pemitiram publicar essa notícia.

Compreendo que a "Maçonaria" seja mais notícia do que um grupo excursionista ou um clube desportivo e que, portanto, haja interesse em publicar a notícia de que figuras públicas tinham sido excluídas da "Maçonaria", por falta de pagamento de quotas, ao passo que dificilmente seria notícia idêntica exclusão, por idênticos motivos, de grupo excursionista ou clube desportivo.

Preciamente por essa razão é que a Organização que excluiu alguns indivíduos por falta de pagamento de quotas não deveria ter permitido que essa informação passassse para o domínio público!

No caso, quem excluiu foi o GOL (Grande Oriente Lusitano), a mais antiga Organização de tipo maçónico actualmente existente em Portugal, embora não internacionalmente reconhecida como detendo a Regularidade Maçónica.

O GOL existe desde há muitos anos, está perfeitamente organizado e a "passagem" desta informação para o exterior ou ocorreu por grosseira negligência - o que é grave!, - ou deliberadamente - o que é pior!

É um dos princípios básicos da Maçonaria o de que nenhum maçon expõe outro maçon, isto é, divulga publicamente a identidade de outro maçon, a não ser que o mesmo tenha, ele próprio, divulgado essa condição, ou que tenha já falecido.

No caso, o GOL, ou alguém no seu seio, cometeu uma grave infracção a esse princípio.

Nem mesmo o facto de se tratar de pessoas excluídas (e não expulsas: a expulsão ocorre por indignidade; a exclusão, por mera falta de cumprimento de obrigações, como a de pagar as quotas devidas; o elemento expulso não pode ser readmitido, salvo se previamente reabilitado; o excluído pode ser readmitido, se manifestar interesse nisso e regularizar o pagamento das quotas) justifica a divulgação: o maçon, ainda que excluído, continua a sê-lo e mantém o seu direito a não ver o seu nome divulgado como maçon, a não ser que ele próprio proceda a essa divulgação.

No caso concreto, acresce que a "passagem" da informação "cheira" a vingançazinha rasteira contra figuras públicas que, quiçá, se desinteressaram do GOL (eles lá saberão porquê...) e, por isso, decidiram deixar de pagar quotas e de se integrar em tal organização...

Pior ainda, verificou-se um "dano colateral" absolutamente grotesco: a divulgação da identidade de pessoas que terão solicitado a sua admissão como maçons e que terão visto esse propósito recusado pelo GOL. O GOL tem o direito de recusar quem muito bem entender; o que não tem é de divulgar que não aceitou A, B ou C. Ao fazê-lo, ou ao ter permitido que essa divulgação tivesse ocorrido, traiu o dever de reserva que se garante a quem pede para ser admitido maçon, isto é, traiu quem se quis juntar a si!

É por estas e por outras que, em Portugal, a única organização maçónica internacionalmente reconhecida como tal, isto é, como Regular, é a Grande Loja Legal de Portugal/GLRP...

É por estas e por outras que o rico e antigo GOL é internacionalmente considerado irregular, isto é, não reunindo as condições para ser considerado uma verdadeira Organização Maçónica.

Mais uma vez, infelizmente parece que, por aquelas bandas, não se pratica Maçonaria, antes se busca, e se faz, simplesmente, Política sob a capa de pseudo-maçonaria. E porque o que ali se faz e se busca é política é que se fazem jogadas políticas como a que resultou na notícia em causa...

Rui Bandeira