30 abril 2008

Experto

No Rito Escocês Antigo e Aceite - o rito praticado pela Loja Mestre Affonso Domingues -, o Experto é um Oficial de Loja que exerce uma função puramente ritual. Nas normais sessões de trabalho, essa função é relativamente secundária, limitando-se a seguir e auxiliar o Mestre de Cerimónias na execução dos rituais de abertura e encerramento dos trabalhos. Este ofício assume, porém, particular importância e relevo quando a Loja leva a cabo uma Cerimónia de Iniciação. Quase se poderia dizer que o ofício de Experto existe para essa cerimónia, sendo tudo o resto secundário, mero apêndice do papel que exerce nos trabalhos em que um homem livre e de bons costumes abandona a vida profana e renasce maçon.

É encargo do Experto, sempre que há lugar a uma iniciação, ser o elo de ligação entre o profano que busca a luz e a Loja. É o Oficial que a Loja disponibiliza ao candidato para o acompanhar e auxiliar nas suas provas de iniciação. É o Experto que prepara o profano antes de ele enfrentar essas suas provas. É o Experto que ordena ao profano o que ele deve fazer enquanto aguarda o início delas. É o Experto que conduz e acompanha o profano perante a Loja. É o Experto que acompanha e auxilia o profano na superação das provas. É o Experto que dá e retira a luz. É o Experto que acompanha aquele que se submeteu às provas de iniciação enquanto ele se recompõe dos trabalhos realizados. É o Experto que, recomposto quem se submeteu às provas, o conduz à sua plena integração na Loja. É o Experto quem executa e demonstra a primeira instrução do novo Aprendiz. Em resumo, o Experto é a mão amiga que ampara o profano no seu trajecto para a luz, o guia que lhe indica o caminho.

A designação do ofício é uma adaptação fonética - não propriamente feliz - do termo Expert, que, quer em francês, quer em inglês, significa Especialista. O Experto é, assim, o Oficial Especialista no acompanhamento do Candidato à iniciação.

Em rituais antigos, este Oficial de Loja era designado por Irmão Terrível. Esta designação, obviamente irónica, decorria da forma brusca como se preconizava que decorresse a primeira abordagem do Irmão Terrível ao candidato. Dupla ironia, se atentarmos que o Experto só é terrível no suporte e apoio a esse mesmo candidato, que lhe cumpre auxiliar ao longo de toda a Cerimónia de Iniciação...

Na Loja Mestre Affonso Domingues, este ofício não está integrado na informal "linha de sucessão" para o ofício de Venerável Mestre e é usualmente confiado a um Mestre jovem. É um ofício que, por ser de reduzida dificuldade de execução, na maior parte das sessões, permite uma calma e progressiva integração nas responsabilidades de Oficial de Loja aos Mestres mais jovens, enquanto aguardam oportunidade para assumirem mais exigentes responsabilidades. Mas, sendo também um ofício fundamental num momento tão importante para qualquer maçon, como é a sua iniciação, confiá-lo a um jovem Mestre (note-se: jovem, em termos de antiguidade, não de idade; um septuagenário pode, neste sentido, ser um "jovem Mestre"...) é uma prova de confiança nas suas capacidades e na sua contribuição para a Loja.
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Por falar em contribuição... Estamos no último dia da campanha de solidariedade para com a Inês. A sua contribuição, não importa se pequena, será muito bem-vinda e uma demonstração da sua sensibilidade e solidariedade. Recorde aqui como a pode prestar.

Rui Bandeira

29 abril 2008

Variação sobre o silêncio


Já aqui no blogue publiquei um texto onde explanei o meu entendimento sobre o alcance, interesse e virtualidades do silêncio do Aprendiz e um outro texto dedicado ao silêncio do Companheiro.

Não tencionava voltar ao tema tão cedo. Mas o homem põe e a fortuna (acaso, circunstâncias, conjunção astral, divina providência, simples mudança de opinião - cada um escolha e tome o que quiser, em cada situação...) dispõe. O Venerável Mestre da Loja Mestre Affonso Domingues teve a gentileza de me pedir a opinião sobre uma determinada questão relativa à administração dos trabalhos da Loja e a análise e meditação sobre a mesma, em ordem a poder transmitir-lhe uma opinião fundamentada, conduziu-me, quase que por associação livre, a um diferente reflexo do tema silêncio do aprendiz e do Companheira de que me não tinha ainda, ao menos, conscientemente, dado conta.

O silêncio do Aprendiz e do Companheiro significam que, salvo para apresentação das respectivas pranchas de proficiência no grau, os Aprendizes e Companheiros não têm o direito ao uso da palavra em sessão ritual. Mas significa ainda uma outra coisa. Ter a palavra é ter o poder de ENSINAR. E, nesse sentido, só os Mestres ensinam, só os Mestres detêm a palavra. Numa Loja maçónica, toda a formação de Aprendizes, de Companheiros e também dos Mestres está exclusivamente a cargo dos Mestres, só é encargo dos Mestres.

Nesse sentido, a asserção de que os Aprendizes e Companheiros não têm direito à palavra significa também - quiçá essencialmente, bem vistas as coisas - que estes não ensinam. Compreende-se: a fase em que se encontram é a da sua formação. Estão a aprender, não estão a ensinar. Devem concentrar-se no seu próprio crescimento, não em transmitir aquilo que apreenderam para formação dos demais. Tempo virá em que essa tarefa também repousará sobre os seus ombros. Mas quando esse tempo vier, serão já Mestres maçons.

Sob este ponto de vista, assume inteira lógica a verificação de que o silêncio dos Aprendizes e Companheiros é quebrado para a apresentação das respectivas pranchas de proficiência. Porque, ao fazê-lo, não estão a ensinar, estão a prestar provas, a dar testemunho, a mostrar a sua evolução.

Portanto, o silêncio dos Aprendizes e Companheiros significa também, se é que não principalmente, que estes não ensinam, só aprendem. E por isso não tomam a palavra. Porque esta deve servir para ensinar, para transmitir algo de útil aos demais e não para discutir, tergiversar, ou simplesmente exprimir palavras volúveis e sem valia.

Corolário desta asserção é que os Mestres têm a palavra para ensinar, para serem úteis aos seus irmãos. Só devem, portanto, usá-la com esse propósito e utilidade. O direito à palavra dos Mestres não é um privilégio, é uma responsabilidade acrescida.

Isto foi algo que aprendi agora, após dezoito anos de maçonaria, e que logo decidi partilhar convosco. Maçonaria aprende-se todos os dias. E cada conclusão nova, ou diferente, ou mais aprofundada, a que o Mestre maçon chega só deve, afinal, confirmar no seu espírito uma verdade que ele não deve nunca esquecer: pode ser Mestre entre os maçons, mas não deixa nunca de ser um eterno Aprendiz. Porque, se deixar de o ser, deixará de ser Mestre...
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Maçonaria aprende-se todos os dias. A solidariedade deve estar sempre no nosso pensamento, sejamos ou não maçons. De certeza que se sensibilizou com a situação da Inês. Porque espera para ajudar? Veja aqui como. E ajude!

Rui Bandeira

28 abril 2008

Iniciativa social da Maçonaria de Cuiabá

Li em O documento, jornal electrónico de Mato Grosso, Brasil, que ontem, dia 27 de Abril, a Maçonaria de Cuiabá, cidade capital do Estado brasileiro de Mato Grosso, efectuou, na Escola Estadual de 1ºGrau Malik Didier Namer Zahafi, no bairro Pedra 90, das 8 às 12 horas, uma iniciativa que designou por 1.ª Acção Social Perseverança pela Paz.

Esta iniciativa providenciou à população local diversos serviços, gratuitamente prestados: cortes de cabelo, higienização dental, exame preventivo dos diabetes e da tensão arterial e consultas médicas na especialidade de dermatologia.


Foram também realizadas palestras de prevenção contra as drogas e doenças sexualmente transmissíveis, com psicólogos especializados, e um curso sobre educação rodoviária.

A iniciativa teve ainda o apoio da Justiça Eleitoral, que destacou elementos para efectuarem actos de recenseamento eleitoral.

Para a Maçonaria de Cuiabá, o objectivo da acção foi a melhoria da qualidade de vida da comunidade, proporcionando acesso a variados benefícios.

Acorrer à satisfação de necessidades básicas é uma forma de a Maçonaria ajudar. Este é mais um bom exemplo de como acções simples podem auxiliar e fazer a diferença. É bom poder registá-lo e dele aqui dar conta!
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A propósito de ajudar! Não se esqueça de ajudar, na medida do que puder e quiser, a Inês. Recorde aqui como o pode fazer.

Rui Bandeira

24 abril 2008

A lógica segundo Einstein

À beira de um fim de semana prolongado, feriado comemorativo do 25 de Abril incluído, mais uma historieta que nos ensina algo.

Acho-a adequada para esta ocasião de comemoração do 25 de Abril. Também há 34 anos houve alguns que fizeram o que muitos pensavam não ser possível fazer...

A historieta chegou-me por correio electrónico, atribuída a Albert Einstein. Não posso jurar que a autoria esteja correcta, nem incorrecta. Como habitualmente, o seu texto foi editado por mim.

Conta certa lenda que estavam duas crianças a patinar num lago congelado. Era uma tarde nublada e fria e as crianças brincavam despreocupadas. De repente, o gelo quebrou-se e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou. A outra, vendo o seu amiguinho preso, e a congelar, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças, conseguindo, por fim, quebrá- lo e libertar o amigo.

Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino:

- Como conseguiste fazer isso? É impossível que tenhas conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!

Nesse instante, um ancião que passava pelo local, comentou:

- Eu sei como ele conseguiu.

Todos perguntaram:

- Pode dizer-nos como?

- É simples! - respondeu o velho. - Não havia ninguém à sua volta para lhe dizer que não seria capaz!


Muitos dos erros, das omissões, dos fracassos, das oportunidades perdidas que temos na vida decorrem de nos auto-limitarmos, de nos convencermos ou deixarmo-nos convencer que não somos capazes. Desde uma coisa tão simples, mas tão limitadora para tantos, como falar em público, à mais complexa empresa, somos nós que temos de decidir se somos capazes, que condições temos de reunir para o ser, que precauções devemos seguir, enfim, como tentar. Mas cabe-nos a nós fazê-lo, não deixar que os outros nos influenciem com derrotistas avaliações de que não somos capazes.

Muitos interrogam-se sobre como se forja o elo de fraternidade entre os maçons. Uma das formas é, não só não dizer a nenhum de nós que ele não é capaz, mas auxiliá-lo, assisti-lo, nas iniciativas a que se propõe. Mesmo que, no íntimo, se tema que ele não seja capaz... E, se for caso disso, auxiliá-lo a superar as consequências de um inêxito.

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Também apelo a que o caro leitor seja capaz de ficar tocado pela situação da Inês, seja capaz de se decidir a contribuir com um auxílio monetário para a sua família (nenhum auxílio é demasiado pequeno; a junção dos pequenos, de todas as proveniências, fará, espera-se, o suficiente), seja capaz de não ser indiferente...

Rui Bandeira

23 abril 2008

Escoteiros da Pontinha comemoram 40 anos

O Grupo 19 da Pontinha, da Associação dos Escoteiros de Portugal celebra hoje, dia 23 de Abril (que é também o Dia do Escoteiro), o seu 40º aniversário.Actualmente com mais de 60 elementos, o Grupo 19 é o maior Grupo do concelho de Odivelas e tem, nos últimos anos, integrado uma parceria com a Loja Mestre Affonso Domingues em iniciativas, promovidas por uns e por outros, de acções de doação de sangue.

Apesar dos poucos recursos existentes, os Escoteiros da Pontinha têm dado um importante contributo ao nível social, não só através da participação em actividades organizadas por outras entidades, com é o caso do Banco Alimentar contra a Fome, Jantar dos sem Abrigo, Campanha Jovem Solidário, mas também através de projectos seus, como por exemplo a parceria realizada com o Instituto de Apoio à Criança instalado no bairro do Olival do Pancas, ou as já mencionadas campanhas de recolha de sangue, que cada vez têm tido maior adesão da população.


Todas as semanas, os Escoteiros da Pontinha reúnem na sua sede para definirem os seus objectivos, planearem as suas actividades, realizarem os seus jogos e aprenderem os Valores e os Princípios em que se fundamenta o Escotismo.
Mantêm também um interessante blogue, o Abracadabra.

A ideia generalizada de que o Escotismo é pouco mais do que “vender calendários” ou “ajudar a velhinha a atravessar a estrada”, esconde a verdadeiro trabalho desenvolvido em cada Grupo e o quanto ele contribui para a educação e formação dos jovens.


No âmbito das comemorações do 40º aniversário, no próximo fim de semana, dia 27 de Abril irão para o Pinhal da Paiã, onde farão algumas actividades, segundo o seguinte programa:


10h00 – Concentração e montagem do Içar da Bandeira
10h30 – Formatura e Içar da Bandeira
10h45 – GPS dinamizado pela Alcateia (G)rupo (P)ara a (S)ede - foi o nome que arranjaram para o fim de semana em que todas as Divisões do Grupo estão juntas e que normalmente se realiza no último fim de semana de cada mês.
11h45 – Lanche (pequeno reforço a meio da manhã)
12h20 – Cerimónias (em formatura)
- "Traz um Amigo" - Divulgação do resultado dos Jogos da actividade "Traz um amigo" e entrega de Prémios e Certificado de Participação a escoteiros e não escoteiros
- Insígnia de Escoteiro da Pátria - Entrega da Insígnia de Escoteiro da Pátria por parte de um elemento da Chefia Nacional a um elemento do Grupo que atingiu o grau máximo de formação a que qualquer escoteiro pode aspirar
12h55 – Arrear da Bandeira
13h00 – Encerramento

No dia 3 de Maio, irão organizar um Café Concerto, a partir das 19h00 no Quartel dos Bombeiros. O programa ainda é provisório, de qualquer das formas aqui fica um primeiro alinhamento:

19h00 – Abertura ao público
19h00 – Tempo livre
20h00 – Bingo 1
20h15 – Música Ambiente e Karaoke 1
21h00 – Bingo 2
21h30 – Música ao Vivo “LEVEL FM”
23h00 – Partir o bolo e cantar de Parabéns
23h20 – Sorteio das Rifas
23h35 – Música Ambiente e Karaoke 2
24h00 – Encerramento

No dia 4 de Maio, irão assegurar a recolha de alimentos para a Campanha do Banco Alimentar Contra a Fome no Odivelas Parque, durante o período de funcionamento do Feira Nova (das 9h00 às 14h00)

É com todo o gosto que saudamos o 40.º aniversário do Grupo 19 da Associação d
os Escoteiros de Portugal, da Pontinha, e que a elas nos associamos, publicando aqui no A Partir Pedra o programa previsto para a sua comemoração. Este Grupo de Escoteiros é um exemplo de juventude solidária, que muito nos sensibiliza quando se junta a nós nas nossas acções de recolha de sangue e muito nos honra quando aceita gentilmente a nossa muito modesta retribuição, quando nos juntamos às acções que eles próprios organizam. Bem hajam e que tenham um futuro radioso!
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Aproveite este exemplo de actividade solidária e seja também solidário com a Inês. Veja aqui como.

Rui Bandeira

22 abril 2008

Mais umas quantas palavras

Nas últimas semanas, tenho procurado sensibilizar os leitores deste blogue para efectuarem donativos a favor da Inês, uma menina que sofre da rara doença de Wilson. Os seus tratamentos são dispendiosos. A Inês e a sua família precisa de ajuda. Um pouco que cada um de nós possa dispensar - e não precisa de ser muito, nenhuma quantia, por pequena que seja, é de menos -, junto ao que outros contribuem e ao que algumas organizações procuram angariar, possibilitará ajudar esta menina e esta família.

Expus o caso aqui.

Uma semana depois, insisti, juntando duas imagens, que espero tenham valido mais do que duas mil palavras.

Hoje, junto mais algumas palavras. Muito mais significativas do que quaisquer que eu pudesse juntar. São palavras da Inês, tais como foram publicadas aqui pelo Agrupamento 737 Marrazes do Corpo Nacional de Escutas:

“(…) a minha vida resume-se a umas horas de

fisioterapia”.
Inês Clemente

Os meus pais marcaram-me uma consulta
(…) onde me encaminharam para o Hospital
de Leiria (…) onde fiquei internada. O meu
mundo foi-se abaixo pois nunca tinha ficado
internada em nenhum hospital”.
Inês Clemente

Eu tinha uma doença rara, doença de Wilson”
Inês Clemente

“Desde de Setembro a Dezembro de 2006 fiquei
completamente acamada, não falava, não andava, não
conseguia comer, não fazia nada, estava
completamente pendente de terceiros e tinha muitas
dores”.
Inês Clemente

“Assim fui para a lista das urgências dos transplantes
e tive 6 meses à espera, continuando a fazer
fisioterapia (…) terapia da fala e ocupacional”.
Inês Clemente

“ Com tanto internamento deixei de ir à escola, de
estar com os meus amigos, de ter interesse pela vida.
Só queria morrer, queria desaparecer (…)”
Inês Clemente

“(…) não sei se Deus existe e porque é que ele me
cortou a minha adolescência, eu tinha tantas coisas
para viver, tantas descobertas para fazer, e já há
quase dois anos que não tenho direito de ir
simplesmente com os meus amigos a um cinema”.

Inês Clemente

Quando for grande, quero ajudar pessoas que sejam
portadoras da doença de Wilson”.

Inês Clemente

Se o meu relato não o motivou, se as imagens não o tocaram, espero que estas palavras tenham feito uma e outra coisa! Contribua, por favor. Pela Inês! Pela menina que disse estas palavras, de sofrimento, mas também de esperança!

Quem quiser e puder efectuar um donativo, por favor efectue uma transferência ou um depósito na conta do Banco Best com o NIB 0065 0921 00043890008 19, com a indicação INÊS e envie uma mensagem de correio electrónico para mestreaffonsodomingues@gmail.com confirmando esse facto. Para quem, estando fora de Portugal, quiser efectuar um donativo, pode fazê-lo mediante transferência para essa conta , indicando o IBAN (International Bank Account Number) PT50006509210004389000819. O código SWIFT / BIC do Banco Best é BESZPTPL.

Os fundos recebidos serão na totalidade entregues aos pais da Inês. Mediante o envio da mensagem de correio electrónico confirmativa do donativo, os doadores possibilitarão meio de contacto através do qual receberão confirmação da boa recepção das respectivas transferências e da entrega dos donativos aos pais da Inês.

Esta campanha durará aqui no blogue até ao fim do mês. Bem hajam os que já contribuíram. Bem hajam os que não vão deixar que a inércia se converta em indiferença e vão ainda contribuir.

Rui Bandeira

21 abril 2008

Teoria do "Gato Flutuante"

De um Amigão (JMS) recebemos esta infomação de caracter científico que, obviamente, constitui um ensinamento profundíssimo que não posso deixar de partilhar com os participantes/visitantes/indefectiveis do "A-Partir-Pedra".


Vamos pois à exposição da descoberta, por extenso, já que a imagem saiu muito manhosa.


Organizemos o nosso raciocínio em torno das 2 teorias base, de Murphy (homem genial esse tal Murphy !):


1- Teoria do Gato que cai:


Todos os gatos lançados ao ar caiem sempre com as patas para baixo.


2 - Teoria da bolacha com manteiga:


A bolacha com manteiga (há uma versão que refere a torrada. É um pouco mais
plebeia, mas verdadeira na mesma !) quando cai, cai sempre com o lado da
manteiga para baixo. Este fenómeno é ainda mais evidente quando a alcatifa é
nova.


3- Conclusão, "Teoria do gato Flutuante":


Por dedução absolutamente lógica, podemos concluir que se passarmos
manteiga, com uma espátula adequada, sobre as costas de um gato e depois o
largarmos de um 3º andar (pode ser também de um 4º, 5º ou 6º andar, a
teoria mantém a sua consistência) ele flutuará.
Obviamente os efeitos das 2 primeiras teorias de Murphy anulam-se e o Gato
ficará flutuando até a manteiga ser totalmente absorvida.
Nessa altura cairá com as patas para baixo, como não pode deixar de ser (1ª
teoria de Murphy).
Como facilmente se conclui, quanto mais manteiga se aplicar mais tempo
demorará para ser totalmente absorvida e, como tal, mais tempo o gato
flutuará.
Isto porque não há qualquer experiência que demonstre que as patas dos gatos
se desgastem durante o movimento flutuante.


Não fizemos qualquer experiência prática, mas é possível que a partir desta dedução extraordinária e absolutamente irreprovável possamos finalmente perceber a razão de tantos políticos flutuarem durante tantos anos, inesperadamente.
É da quantidade e da qualidade da manteiga utilizada, que ainda por cima é reposta de vez em quando !

Claro, só pode ser essa a razão.

E aqui está meus Amigos.
Na falta do Rui com a sua extraordinária pena (refiro-me ao teclado, claro!) cá estou eu, foleiro, a pôr ordem na casa.


Boa semana para todos.


JPSetúbal

18 abril 2008

O pote

A historieta que deixo para reflexão este fim de semana tem sido tão divulgada que dificilmente não terá já sido lida por si. Mas é sempre bom relembrar uma boa estratégia para a vida. E, como quem conta um conto acrescenta um ponto, para além de, como habitualmente a adaptar à minha maneira, lá para o finalzinho sempre acrescento um "pontinho" da minha laia...

Um professor, diante da sua turma de matemática, sem dizer uma palavra, pegou num pote de vidro, grande e vazio, e encheu-o com bolas de golfe. Em seguida, perguntou aos alunos se o pote estava cheio. Todos disseram que sim!

Então o professor pegou numa caixa de berlindes e esvaziou-a para dentro do pote. Os berlindes encheram os espaços vazios entre as bolas de golfe. O professor voltou a perguntar se o pote afinal agora é que estava cheio. Todos os alunos disseram que sim!

Então o professor pegou numa caixa de areia e esvaziou esta para dentro do pote. A areia preencheu os espaços vazios que ainda restavam. O professor perguntou seguidamente aos alunos se finalmente era agora que o pote estava cheio. Uma hesitação de dúvida perpassou pelos alunos, mas, não vendo como pudesse colocar-se algo mais dentro dele, todos acabaram por dizer novamente que sim!

Sorrindo, o professor pegou então numa chávena de café e, cuidadosamente, deitou o líquido para dentro do pote, humedecendo a areia.

Os estudantes, três vezes logrados, riram da situação. Então o professor explicou:

- Quero que entendam que o pote simboliza a vida de cada um. As bolas de golfe são os elementos mais importantes: a família e os amigos. São indispensáveis para que a vida seja plena e feliz. Os berlindes são as outras coisas que também importam: o trabalho, a casa, o carro, a interacção social. A areia representa todas as pequenas coisas, quantas vezes supérfluas ou fugazes, que também preenchem a nossa vida. É importante que tenham sempre presente o que é realmente importante na vida. Se se encher primeiro o pote com areia, então não haverá mesmo lugar para as bolas de golfe, nem mesmo para os berlindes... O mesmo acontece nas nossas vidas: se gastarmos todo o nosso tempo e energia com as pequenas coisas, não conseguiremos arranjar lugar para o que é verdadeiramente importante. Haverá tempo e lugar para tudo, desde que se ocupem primeiro do que é realmente importante. O resto é apenas areia!

O professor calou-se. Então, um aluno levantou-se e perguntou o que simbolizava afinal o café.

Sorrindo, o mestre respondeu à esperada pergunta:

- Que bom teres-me feito essa pergunta! O café serve apenas para mostrar que, por muito ocupada que esteja a nossa vida, com cuidado e jeito sempre haverá lugar para tomar um café com um amigo...

E - acrescento agora eu - para escrever uns textos num blogue...
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E ainda para ser solidário com a Inês e, finalmente, gastar uns minutinhos para ver aqui como ajudar... e fazê-lo!

Rui Bandeira

17 abril 2008

A irlandesa Lodge of Research CC

A irlandesa Lodge of Research CC é constituída unicamente por Mestres Instalados que sejam obreiros de Lojas sob a Constituição Irlandesa. É titular da carta-patente n.º 200 da Grande Loja da Irlanda desde 12 de Março de 1914, tendo sido formalmente constituída em 30 de Setembro do mesmo ano.

São seus objectivos constituir um pólo de investigação em maçonaria para maçons, investigadores e estudantes, encorajar o gosto pela investigação maçónica, história, antiguidades e símbolos, através da apresentação de trabalhos e discussão dos referidos temas.

Agregado a esta Loja, existe um Círculo de Correspondentes, aberto a todos os Mestres Maçons obreiros de Lojas da Grande Loja da Irlanda ou de Grande Loja por aquela reconhecida. Este Círculo de Correspondentes, como é usual, dá direito a que os seus integrantes recebam o exemplar anual das Transactions daquela Loja, isto é um exemplar com a publicação dos trabalhos apresentados e respectiva discussão. No caso desta Loja de Investigação irlandesa, é de notar que o custo anual para se ser membro do seu Círculo de Correspondentes é significativamente inferior ao de outros Círculos de Correspondentes congéneres, designadamente o Quatuor Coronati Correspondence Circle. Com efeito, o custo anual para se ser membro do Círculo de Correspondentes da Lodge of Research CC é de apenas oito libras inglesas, acrescendo as despesas com portes de correio e mais meia libra para custos de expedição.

Esta loja reúne no Freemason's Hall, em Dublin, no segundo sábado de Fevereiro e em instalações de um dos Corpos Provinciais da Grande loja da Irlanda, previamente indicado, nos quartos sábados de Abril, Setembro e Novembro. As sessões são abertas, quer aos obreiros da Loja, quer aos membros do seu Círculo de Correspondentes.

No sítio desta Loja, encontram-se publicados alguns dos trabalhos apresentados na mesma, designadamente Maçonaria no Tenessee, Estados Unidos - Os primeiros 100 anos, Lojas relacionadas com Rudyard Kipling e Herói Maçónico - Tenente-Coronel J.H.S. Dimmer, VC, MC.
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Não se mantenha indiferente à situação da Inês. Contribua, na medida do que puder e quiser, para auxiliar nas despesas do seu tratamento. Qualquer quantia, por pequena que seja, ajuda! Veja aqui como ajudar.

Rui Bandeira

16 abril 2008

Mais informação sobre o Curso de Pós-Graduação em Filosofia e Fundamentação Maçónica

Já em 22 de Outubro do ano passado, dei conta, aqui no A partir pedra, de um Curso de Pós-Graduação em Filosofia e Fundamentação Maçónica, idealizado pelo Grande Oriente do Estado de Mato Grosso (GOEMT), em parceria com o Centro Universitário Cândido Rondon (Unirondon) e com o Instituto Creatio.

Hoje, tive o grato prazer de receber uma mensagem de correio electrónico do coordenador pedagógico do mencionado curso, Prof. Doutor Medson Janer da Silva, que teve a amabilidade de me enviar o projecto do curso e... se fosse invejoso, roía-me todo de inveja!

Só a bibliografia, com dezenas de títulos - todos com edições em português! -, deixou-me a salivar...

A extensão do documento, 22 páginas, não permite a sua publicação aqui. Mas, pelo menos, atente-se nos objectivos definidos para o curso:
  • Possibilitar a ampliação do conhecimento aos maçons que serão formados no curso de Filosofia e Fundamentação Maçônica.

  • Aperfeiçoar a criticidade dos participantes do curso em fundamentação maçônica;

  • Repensar a prática dos maçons no ensino da Maçonaria;

  • Aprimorar a prática pedagógica dos maçons em relação a habilidades reflexivas, críticas e formulação de questões relativas à prática da Maçonaria como um todo;

  • Instigar a produção científica e a pesquisa na maçonaria, abrangendo a necessidade de dominar os instrumentos utilizados na prática dos conteúdos maçônicos;

  • Favorecer as múltiplas formas de aquisição de conhecimento, através da interdisciplinaridade, ou seja, integrar a prática de ensino em Maçonaria ao vários campos do saber;

  • Cooperar com o desenvolvimento do processo teórico-metodológico em relação às novas disposições das tecnologias educacionais quanto à construção do conhecimento;

  • Aplicar o conhecimento metodológico e científico na produção do textos científicos e trabalhos apresentados e lojas maçônicas para aumento de salário; desenvolvendo as habilidades da pesquisa interiorizada durante o curso.

E, como não quero que vos falte nada, diligenciei a publicação do projecto nos documentos do Google, de forma a que todos possam, se quiserem, consultá-lo. Podem fazê-lo aqui. Repito: só pela bibliografia em português vale a pena!
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Eu também gostaria que não faltasse nada à Inês! Mas verifico que ainda continua por aí muita inércia... Portanto, relembro: se puder, contribua! Veja como neste atalho.

Rui Bandeira

15 abril 2008

Hospitaleiro

O Hospitaleiro é o elemento da Loja que tem o ofício, a tarefa, de detectar as situações de necessidade e de prover ao alívio dessas situações, quer agindo pessoalmente, quer convocando o auxílio de outros maçons ou, mesmo, de toda a Loja, quer, se a situação o justificar ou impuser, solicitando, através da Grande Loja e do Grande Oficial com esse específico encargo, o Grande Hospitaleiro ou Grande Esmoler, a ajuda das demais Lojas e dos respectivos membros.

Um dos traços distintivos da Maçonaria, uma das características que constituem a sua essência de Fraternidade, é a existência, o cultivo e a prática de uma profunda e sentida solidariedade entre os seus membros. Solidariedade que não significa cumplicidade em acções ilícitas ou imorais, ou encobrimento de quem as pratique, ainda que Irmão, ou sequer auxílio ou facilitação à impunidade de quem viole as leis do Estado ou as regras da Moral. O maçon deve ser sempre um homem livre e de bons costumes. De bons costumes, não violando as leis nem as regras da Moral e da Decência. Livre, porque auto-determinado e, portanto, responsável pelos seus actos, bons e maus. Perante a Sociedade e perante os seus Irmãos. A solidariedade dos maçons existe e pratica-se e sente-se em relação às situações de necessidade, aos infortúnios que a qualquer um podem acometer, às doenças que, tarde ou cedo, a todos afectam, às perdas de entes queridos que inevitavelmente a todos sucedem.

Sempre que surgir ou for detectada uma situação de necessidade de auxílio, de conforto moral ou de simples presença amiga, os maçons acorrem e unem-se em torno daquele que, nesse momento, precisa do calor de seus Irmãos. Esse auxílio, esse conforto, essa presença, são coordenados pelo Hospitaleiro. Note-se que a palavra utilizada é "coordenados", não "efectuados" ou "realizados". O Hospitaleiro não é o Oficial que efectua as acções de solidariedade, desobrigando os demais elementos da Loja dessas acções. O Hospitaleiro é aquele elemento a quem é cometida a função de organizar, dirigir, tornar eficientes, úteis, os esforços de TODOS em prol daquele que necessita.

É claro que, por vezes, muitas vezes até, a pretendida utilidade do auxílio ou apoio ou presença determina que seja só o Hospitaleiro a efectuar a tarefa, ou a delegar a mesma em outro Irmão que seja mais conveniente que a efectue. Pense-se, por exemplo, na situação, que aliás inevitavelmente ocorre com alguma frequência, de um Irmão que é acometido de uma doença aguda, que necessita de uma intervenção cirúrgica ou que precisa de estar por tempo apreciável hospitalizado, acamado ou em convalescença. Se todos os elementos da Loja se precipitassem para o visitar, isso já não seria solidariedade, seria romaria, isso já não seria auxílio, seria perturbação. O Hospitaleiro assume, assim, em primeira linha, a tarefa de se informar do estado do irmão, de o auxiliar e confortar e de organizar os termos em que as visitas dos demais Irmãos se devam processar, de forma a que, nem o Irmão se sinta negligenciado, nem abandonado, nem, por outro lado, fique assoberbado com invasões fraternais ou constantemente assediado pelos contactos dos demais, prejudicando a sua recuperação e o seu descanso, maçando-o, mais do que confortando-o. Também na expressão da solidariedade o equilíbrio é fundamental...

A solidariedade maçónica pode traduzir-se em actos (visitas, execução de tarefas em substituição ou auxílio, busca, localização e obtenção de meios adequados para acorrer à necessidade existente), em palavras de conforto, conselho ou incentivo (quantas vezes uma palavra amiga no momento certo ilumina o que parece escuro, orienta o que está perdido, restabelece confiança no inseguro), no simples acto de estar presente ou disponível para o que for necessário (a segurança que se sente sabendo-se que se não precisa, mas, se se precisar, tem-se um apoio disponível...) ou na obtenção e disponibilização de fundos ou meios materiais (se uma situação necessita ou impõe dispêndio de verbas, não são as palavras ou a companhia que ajudam a resolvê-la: é aquilo com que se compram os melões...). A escolha, a combinação, o accionamento das formas de solidariedade aconselháveis em cada caso cabe ao Hospitaleiro. Porque a ajuda organizada normalmente dá melhores resultados do que os actos generosos, mas anárquicos e descoordenados...

O Hospitaleiro deve estar atento ao surgimento de situações de necessidade, graves ou ligeiras, prolongadas ou passageiras, e actuar em conformidade. Mas não é omnisciente. Portanto, qualquer maçon que detecte ou conheça uma dessas situações deve comunicá-la ao Hospitaleiro da sua Loja. E depois deixá-lo avaliar, analisar, actuar, coordenar, e colaborar na medida e pela forma que for solicitado que o faça. Porque, parafraseando o princípio dos Mosqueteiros de Alexandre Dumas, a ideia é que sejam "todos por um", não "cada um pelo outro, todos ao molho e fé em Deus"...

A solidariedade maçónica é assegurada, em primeira linha, entre Irmãos. Mas também, com igual acuidade, existe em relação às viúvas e filhos menores de maçons já falecidos. Porque a solidariedade não se extingue com a vida. Porque cada maçon, auxiliando a família daqueles que já partiram, sabe que, quando chegar a sua vez de partir, deixará uma rede de solidariedade em favor dos seus que dela necessitem verdadeiramente!

E a solidariedade é algo que não se esgota em circuito fechado. Para o maçon, a beneficência é um simples cumprimento de um dever. As acções de solidariedade ou beneficência em relação a quem - maçon ou profano - necessita, em auxílio das organizações ou acções que benevolamente ajudam quem precisa são, a nível da Loja, coordenadas pelo Hospitaleiro.

O ofício de Hospitaleiro é, obviamente, um ofício muito importante em qualquer Loja maçónica. Deve, por isso, ser desempenhado por um maçon experiente, se possível um ex-Venerável.

O símbolo do Hospitaleiro é uma bolsa ou um saco, ou ainda uma mão segurando um saco. Bolsa onde o Hospitaleiro deve guardar os meios de auxílio. Bolsa que deve figurativamente sempre carregar consigo, pois nunca sabe quando necessitará de prestar auxílio, material ou moral. Saco como aquele em que, em cada sessão, se recolhe os donativos que cada maçon dá para o Tronco da Viúva. Mão segurando o saco, no modo e gesto como, tradicionalmente, após a recolha dos óbolos para o Tronco da Viúva, o Hospitaleiro exibe o saco contendo esses óbolos perante a Loja, demonstrando estar á disposição de quem dele necessite. Mas o ofício de Hospitaleiro, a função que assegura, vão muito para além do auxílio material. Muitas vezes, o mais importante auxílio que é prestado não implica a necessidade de recorrer ao metal, que só é vil se não o soubermos nobilitar pelo seu adequado e útil uso.

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A propósito de solidariedade: já se decidiu se contribui, na medida do que puder e quiser, para auxiliar a Inês? Se sim, não guarde para amanhã o que pode fazer hoje. Relembre aqui como pode ajudar e... trate disso! Já! Não se deixe vencer pela inércia!

Rui Bandeira

14 abril 2008

Mais do que duas mil palavras

Esta é a Inês, tal como se encontra actualmente.

Não publiquei antes esta imagem, porque não sabia se estava autorizado a fazê-lo. E o direito à imagem é para se respeitar. Mesmo quando se faz um apelo a favor do seu titular. Entretanto, recebi informação de que a imagem pode ser publicada. Aliás já o foi, pelo grupo de escoteiros a que a Inês pertence.

Uma imagem vale mais que mil palavras, dizem. Olhem então com atenção para esta imagem. Reparem como a Inês está presa à cadeira de rodas para não cair. Presos os pés. Presa pela cintura. Presa pelo tronco! Este é o estado actual da Inês. Mas, sobretudo reparem bem no sorriso com que, apesar de tudo, a Inês ainda consegue iluminar a sua face!!!

A Inês está assim - já o escrevi aqui - porque sofre de doença de Wilson, incapacidade de o seu fígado metabolizar o cobre que o corpo da Inês recebe, como sucede com todos nós, através dos alimentos. Tal levou a que, ao longo de doze anos, o cobre se acumulasse no seu fígado, até que este esgotou a sua capacidade para tal A partir daí, passou a acumular-se nos outros órgãos do seu corpo, em lento, mas com graves consequências, envenenamento. O cobre deposita-se no cérebro e causa paralisias. Daí o estado actual da Inês, aos treze anos.

Mas a Inês não foi sempre assim. Olhem para esta outra imagem da Inês, do seu passado:

A Inês atravessa um calvário que não necessita de adjectivos. Mas a Inês pode voltar a ser como era. Para tal, necessita de um transplante de fígado, que pode obter em Cuba. Deverá partir em Junho para aquele país. E espera-se que o transplante tenha êxito e permita a recuperação da Inês.

Lancei - e insisto hoje! - uma campanha de recolha de fundos para auxiliar a família da Inês a suportar as enormes despesas inerentes ao seu tratamento: serão viagens, será estadia prolongada, será fisioterapia, serão tratamentos e mais tratamentos, tem sido o custo de um medicamento para permitir que a Inês vá sobrevivendo e tenha hipótese de recuperar, importado especialmente dos Estados Unidos, pois só aí está disponível, será o transplante, e mais, e mais, e mais...

A Inês precisa de auxílio. Qualquer quantia, por pequena que seja, ajuda. Fumador: prescinda de uns quantos cigarros. Você: prescinda da sobremesa na próxima refeição. Ou não prescindam de nada e façam como se prescindissem, mas contribuam com o valor do vosso pequeno prazer, do vosso vício social, do conforto que apreciam. Contribuam, na medida do que puderem e quiserem.

Quem quiser e puder efectuar um donativo, por favor efectue uma transferência ou um depósito na conta do Banco Best com o NIB 0065 0921 00043890008 19, com a indicação INÊS e envie uma mensagem de correio electrónico para mestreaffonsodomingues@gmail.com confirmando esse facto. Para quem, estando fora de Portugal, quiser efectuar um donativo, pode fazê-lo mediante transferência para essa conta , indicando o IBAN (International Bank Account Number) PT50006509210004389000819. O código SWIFT / BIC do Banco Best é BESZPTPL.

Os fundos recebidos serão na totalidade entregues aos pais da Inês. Mediante o envio da mensagem de correio electrónico confirmativa do donativo, os doadores possibilitarão meio de contacto através do qual receberão confirmação da boa recepção das respectivas transferências, da entrega dos donativos aos pais da Inês e, oportunamente, informação sobre a efectivação do transplante e dos resultados (todos esperamos que positivos) para a Inês.

Caro leitor: normalmente o mais difícil não é ser solidário; é vencer a inércia. Por favor, vença-a. Ajude na medida em que puder e quiser. Pela Inês! O mero facto de eu estar a repetir o apelo demonstra que há muita inércia ainda não vencida... Por isso, insisto, agora com o auxílio das duas imagens. Que espero valham mais do que duas mil palavras!

Rui Bandeira

13 abril 2008

Demos SANGUE

Ontem, conforme estava anunciado, cumpriu-se a ação de doação de sangue promovida pela R:.L:.Mestre Affonso Domingues, Gr.19 dos Escoteiros da Pontinha e Fundação Angelina e Aristides de Sousa Mendes.

Das 9h. às 13h pessoal e equipamento do INS ocupou o ginásio da Escola Melo Falcão na Pontinha.
Para alegria de todos passamos muito a expectativa que todos tinhamos, batendo claramente os nossos melhores resultados de sempre.

Assim tivemos, durante as 4 horas que durou a ação, quase 60 inscritos a que corresponderam quase 50 dadores efectivos.
A diferença entre a quantidade de inscritos e a de dadores resulta do facto de vários terem sido recusados na consulta/rastreio anterior à doação.


O método seguido é sempre o mesmo:
"inscrição --> rastreio --> doação"



Acontece que durante o rastreio aparecem sempre casos de potenciais doadores que naquele momento se desaconselha que façam a doação, por uma constipação recente ou actual, por uma medicação recente ou actual, por qualquer dessas razões aparentemente insignificantes mas que o filtro do INS não deixa passar por motivos, obviamente, bem compreensíveis.
Diga-se entretanto que mesmo os que não puderam dar sangue ontem, na sua maioria prometeram deslocar-se ao INS (Av.do Brasil) na 1ª oportunidade para aí cumprirem com aquele seu direito/dever de cidadania.

Foi com satisfação, que não constituiu propriamente uma surpresa, que tivemos a companhia do Sr.Major Álvaro de Sousa Mendes e da Dra. Maria Leonor, ambos directores da Fundação, sendo que o primeiro é um dos netos do antigo consul Aristides de Sousa Mendes, que tem envidado todo o esforço na divulgação do nome de seu Avô, procurando que o País acorde para a realidade da vida heroica de Aristides de Sousa Mendes e Sua Mulher Angelina.

Veio a propósito uma jovem do Grupo (a Bianca, 18 lindos anos) que para o seu trabalho final para "Escoteiro da Pátria" escolheu a figura de Aristides de Sousa Mendes como tema, o que foi um excelente pretexto para uma conversa interessantíssima entre a Bianca e o Maj. A.Sousa Mendes sobre o trabalho que ela fez e sobre pormenores da vida e da ação de Aristides que ele pôde explicar com o detalhe da vivência directa.

A Escoteira Bianca e o Maj.A.Sousa Mendes à conversa

Aqui fica o agradecimento sentido a todo o Grupo 19 dos Escoteiros da Pontinha, à Fundação e aos seus directores, Dra. Maria Leonor e Maj. Álvaro de Sousa Mendes pelo apoio com que ajudaram. Bem hajam todos.

JPSetúbal

11 abril 2008

O principal na vida


Mais um texto merecedor de meditação, que recebi por correio electrónico, cujo autor desconheço e que, como habitualmente, adapto para aqui publicar.

Conta a lenda que certa mulher pobre, com uma criança ao colo, ao passar pela entrada de uma caverna, ouviu, vinda do interior desta, uma voz misteriosa, que lhe disse:

- Entra e leva tudo o que desejares. Tens cinco minutos. Mas não te esqueças do principal! E lembra-te de uma coisa: depois de saíres, a entrada da caverna fechar-se-á para sempre.

A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Fascinada pelo ouro e pelas jóias, pôs a criança no chão e, ansiosamente, começou a juntar tudo o que podia no seu avental.

Daí a pouco, ouviu de novo a misteriosa voz:

- Já só tens um minuto.

Num frenesim, procurando garantir que conseguia levar o que fosse mais valioso, a mulher, carregada de ouro e pedras preciosas, correu para fora da caverna. De imediato, a entrada desta fechou-se. Nada permitia ver que ali antes se encontrara uma caverna. Já só se via um maciço de pedra.

Só então a mulher se lembrou que deixara a criança no interior da caverna, fechada para sempre!

Também, às vezes, connosco acontece esquecermo-nos do essencial. Não necessariamente toldados pela cobiça ou ganância, mas afectados pelo trabalho, pelos deveres, pelas preocupações, também pelos nossos anseios e projectos.

Devemos ter sempre presente que, esteja em causa o que estiver, o principal na vida são sempre os valores morais e espirituais, a família, os amigos, enfim, o que dá significado à Vida. Não nos esqueçamos que o nosso tempo neste Mundo passa mais rapidamente do que gostamos de pensar. Não é à toa que o Povo diz que "esta vida são dois dias"... E o fim da vida chega, muitas vezes, inesperadamente. Quando esse momento chegar e passarmos adiante, a passagem que franquearmos inexoravelmente se fechará atrás de nós, para sempre, sem apelo nem agravo. Não nos esqueçamos nunca, pois, do principal da vida enquanto a vivemos!

O Criador criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos. Não amemos as coisas e usemos as pessoas! Não nos esqueçamos nunca do principal da Vida.

De entre os Valores que devemos preservar, avultam os da solidariedade. Neste blogue, a solidariedade é, presentemente, convocada em favor da Inês. Não se esqueça do principal da vida e não olhe para o infinito nem assobie para o lado! Na medida do que puder e quiser, dê uma ajuda e um donativo para auxiliar a sua família a suportar as despesas inerentes a um transplante de fígado em Cuba, indispensável para atalhar o envenenamento por cobre de que a Inês padece, devido à doença de Wilson. Veja aqui como o fazer.

E, amanhã de manhã, sábado, 12, junte o útil ao agradável: vá dar sangue! Esteja onde estiver, não muito longe há um serviço que de bom grado receberá a sua dádiva. Se estiver não demasiado longe, junte-se à acção de dádivas de sangue que a Loja Mestre Affonso Domingues, os Escoteiros da Pontinha e a Fundação Angelina e Aristides Sousa Mendes conjuntamente organizam na Escola Mello Falcão, na Pontinha. Não se esqueça do principal da vida: solidariedade e convívio! Esperamos por si!

Rui Bandeira

10 abril 2008

Parabéns, Glomaron!

A Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia (Glomaron) completa hoje, 10 de Abril, 23 anos de existência. A sua fundação ocorreu em 10 de Abril de 1985, por iniciativa das três Lojas maçónicas então existentes no Estado de Rondónia, um dos Estados da região da Amazónia, no Brasil, as quais, estando na época integradas na Grande Loja Maçônica do Estado do Amazonas, peticionaram ao respectivo Grão-Mestre a criação da nova Grande Loja. As Lojas peticionárias foram a Fé e Confiança, de Guarajá-Mirim, hoje n.º1 do cadastro da Glomaron, a Estrela Renascente, de Porto Velho, hoje n.º2 da Glomaron, e a Águia do Planalto, de Vilhena, hoje a n.º3 daquela Grande Loja. Deferida a solicitação, foi então, na data acima referida, instalada a Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia, sendo seu primeiro Grão-Mestre o Irmão Sílvio Bezerra da Costa.

Actualmente, a Glomaron tem inscritas nos seu cadastro 37 Lojas. O cargo de Grão-Mestre é presentemente exercido pelo Irmão Juscelino Moraes do Amaral.

As Lojas sob jurisdição da Glomaron, para além de desenvolverem diversos serviços sociais junto de comunidades carentes, asseguram o apoio a diversas entidades para-maçónicas: a Ordem DeMolay, constituída essencialmente por filhos de maçons, as Filhas de Jó, integradas principalmente por filhas de maçons, e os Clubes das Acácias e das Romãs, que são dirigidos por esposas de maçons. Ou seja, há instituições para toda a família...

As comemorações do aniversário da Glomaron prolongar-se-ão nos dias 11 e 12, com a realização de uma Assembleia de Grande Loja em Colorado do Oeste, que, naturalmente, contará com a presença de representantes de todas as Lojas da Obediência e onde se discutirão temas de importância para a maçonaria daquele Estado brasileiro.

Também no dia 11, no Colorado do Oeste, o Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Hélio Vieira, apresentará, a convite do Grão-Mestre Juscelino Moraes do Amaral, uma palestra sobre a importância e o papel de vanguarda da OAB na defesa dos direitos dos cidadãos. Esta iniciativa efectua-se no âmbito da parceria que a OAB e as Grandes Lojas Maçónicas do Estado de Rondónia firmaram, para implementar uma campanha pela ética e valorização da cidadania. Esta campanha foi aprovada na Conferência de Grão-Mestres das Grandes Lojas Maçónicas do Brasil, que teve lugar em Caxias do Sul.

Daqui, do outro lado do Atlântico, o A Partir Pedra associa-se à comemoração de mais este aniversário da Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia e formula votos de continuação, com sucesso, do bom trabalho.

(Fontes: sítio da Glomaron e Rondoniagora.com)

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1. Não se esqueça de contribuir , na medida do que puder e quiser, para a campanha de angariação de fundos a favor da Inês. Veja aqui como!

2. E lembre-se que sábado, 12, de manhã é dia de doação de sangue, na Escola Mello Falcão, na Pontinha, e em postos de recolha de sangue em todo o Mundo!

Rui Bandeira

09 abril 2008

Tronco da Viúva

No texto Pela Inês!, mencionei que várias Lojas maçónicas da GLLP/GLRP vão recorrer aos seus Troncos da Viúva para auxiliar nas despesas com a viagem e transplante da menina.

Pelo menos na Europa Continental, todas as Lojas maçónicas têm um Tronco da Viúva. O Tronco da Viúva não é mais do que um fundo de reserva de meios monetários destinado a acorrer a situações de necessidade de maçons, de viúvas e filhos menores de maçons já falecidos e, de forma geral, a acções de beneficência.

Os fundos do Tronco da Viúva são exclusivamente obtidos mediante donativos dos obreiros da Loja e seus visitantes ou mediante acções de angariação de fundos a ele destinados - leilões, iniciativas sociais, etc..

Os fundos do Tronco da Viúva, tal como os demais valores da Loja, ficam à guarda do Tesoureiro desta. Mas são separadamente contabilizados dos demais recursos da Loja e só podem ser usados para os referidos fins de auxílio ou beneficência. Os fundos do Tronco da Viúva só podem ser utilizados por decisão do Venerável Mestre ou do Hospitaleiro, Oficiais da Loja em que esta delega o encargo de bem analisar as situações que justifiquem a mobilização desses fundos. Pelo menos anualmente, o Hospitaleiro deve apresentar um sucinto relatório sobre a situação do Tronco da Viúva e a aplicação dos seus fundos.

Em algumas Lojas, pode também existir uma Comissão de Beneficência, encarregada de estudar as acções da Loja neste campo. No Regulamento Interno da Loja Mestre Affonso Domingues está prevista a existência de uma Comissão de Beneficência, constituída pelo Venerável Mestre, pelo 2.º Vigilante e pelo Hospitaleiro. Na prática, porém, a sua activação não tem sido necessária, pois a tradição da Loja de discutir abertamente em sessão de Loja todos os assuntos que a esta dizem respeito possibilita que todas as decisões importantes, neste como noutros campos, seja colectivamente apreciada perante o Venerável Mestre, em ordem a permitir-lhe a mais consensual decisão (ver o texto Decidir em Loja). No entanto, se entre sessões, o Venerável Mestre necessitar de tomar uma decisão urgente sobre assuntos de solidariedade, sabe quem deve, em primeira instância, consultar: o 2.º Vigilante e o Hospitaleiro, que consigo formam a Comissão de Beneficência. A estrutura existe, está prevista, só é accionada se e quando necessário. Felizmente não tem havido situações de urgência que impusessem uma decisão antes de debate em Loja, mas, se e quando houver, já se sabe como proceder.

A designação de Tronco da Viúva tem a ver com a lenda da construção do Templo de Salomão, que foi dirigida por um arquitecto, de nome Hiram Abiff, que, na Bíblia, é referenciado como filho de uma viúva de Tiro. Hiram Abiff é, desde tempos imemoriais, o protagonista de uma alegoria que constitui o cerne da moralidade maçónica, a tal ponto que os maçons, nele se revendo, designam-se a si próprios por Filhos da Viúva. Alegoricamente, nos tempos modernos, a Viúva será a Maçonaria, em especial na sua vertente de solidariedade e beneficência. O Tronco da Viúva é, pois, um dos alicerces da Maçonaria, o reservatório dos bens que lhe possibilitam despender fundos em acções de solidariedade e beneficência. É alimentado pelos seus filhos, os Filhos da Viúva, os maçons.

Externamente, e em cumprimento do comando da moral maçónica de que as acções de beneficência devem ser praticadas discretamente, um maçon ou uma Loja Maçónica nunca revelam ou comentam ou divulgam quanto foi dado para esta ou aquela acção, com quanto se contribuiu para aliviar a necessidade desta ou daquela pessoa. Isso é matéria que só interessa a quem disponibiliza a ajuda e a quem a recebe. A regra é simples e não tem de ser mais específica: em cada momento, deve dar-se o que se pode e seja preciso. Nem menos, nem mais.

A Loja Mestre Affonso Domingues procura manter, se possível, uma reserva mínima para poder acorrer a uma urgente necessidade de um Irmão, de uma viúva ou de um filho menor de um maçon falecido. Mas também nunca tem grande entesouramento no seu Tronco da Viúva. Não faz sentido guardar de mais, deixando necessidades que se podem aliviar sem alívio... Enfim, o Tronco da Viúva da Loja Mestre Affonso Domingues está sempre em equilíbrio instável... Nem demasiado leve (excepto quando tal for necessário), nem demasiado pesado. E é assim que o queremos!

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1. Já chegaram os primeiros donativos para a Inês! Amigo leitor, não se esqueça, colabore também no auxílio à Inês. Contribua com o que puder e quiser. No texto Pela Inês pode ver como o fazer.

2. E é favor anotar na agenda, a letras BEM GRANDES: SÁBADO DE MANHÃ: IR DAR SANGUE NA ESCOLA MELLO FALCÃO DA PONTINHA (quem está longe, pode ir dar sangue ao centro de recolha do Instituto do Sangue mais próximo; lá também aceitam...)

Rui Bandeira

08 abril 2008

Pela Inês!

A Inês sofre de uma doença genética rara, doença de Wilson, que afecta o fígado, resultando em que este órgão não elimine o excesso de cobre introduzido no organismo através dos alimentos. O cobre não eliminado acumula-se e espalha-se no organismo, originando um lento envenenamento.

A Inês suporta este calvário há doze anos. Neste momento, o cobre acumulado afecta já o cérebro desta criança, provocando-lhe várias paralisias. Após muitas consultas em hospitais de Lisboa, Coimbra e Porto, após muitas sessões de fisioterapia, terapia ocupacional e terapia da fala, tudo buscando minimizar, na medida do possível, os terríveis efeitos deste implacável envenenamento, surgiu a hipótese de um transplante de fígado.

A família da Inês conseguiu a marcação deste transplante, mas em Cuba, país onde se deslocará a Inês, em princípios de Junho, para se submeter à intervenção. Como é óbvio, as despesas envolvidas têm sido e vão ser muitas e pesadas. A família da Inês tem despendido tudo o que pode no seu tratamento. Mas agora precisa de auxílio financeiro urgente. Junho é já daqui a menos de dois meses, o dinheiro não chega, mas a oportunidade não pode, nem deve, ser desperdiçada.
A RL:. Luís de Camões, sediada na localidade onde mora a Inês, entendeu associar-se a esta campanha de solidariedade. Claro que os maçons, conhecendo este caso e a situação de necessidade em que se encontra a Inês, vão cumprir o seu dever de solidariedade e auxiliar, na medida das suas possibilidades. A Respeitável Loja Luís de Camões vai recorrer ao seu Tronco da Viúva para contribuir com o que pode para as despesas do tratamento da Inês. A Loja Mestre Affonso Domingues vai recorrer ao seu Tronco da Viúva para juntar a sua disponibilidade. Outras Lojas vão recorrer aos seus respectivos Troncos da Viúva e juntar também meios para o mesmo fim. Mas, infelizmente, ainda não chega! As despesas são grandes e nem mesmo os fundos guardados para acorrer a situações de necessidade, mesmo postos em conjunto, chegam para as assegurar.

Mas a Inês não vai ficar sem o seu indispensável tratamento, sem efectuar o imprescindível transplante! Decidi, pois, procurar alargar a cadeia de solidariedade. Nós, maçons, procuramos ajudar, discretamente, quem precisa. Mas também não temos receio nem vergonha de gritar por ajuda, quando tal é necessário. Pela Inês, agora é!

Deixo, pois, aqui um apelo ao donativo de fundos para ajudar a financiar as despesas com o transplante da Inês. Nenhuma quantia é demasiado pequena. Nenhuma boa-vontade é supérflua. Muitos poucos fazem muito e hão-de fazer o necessário.

Quem quiser e puder efectuar um donativo, por favor efectue uma transferência ou um depósito na conta do Banco Best com o NIB 0065 0921 00043890008 19, com a indicação INÊS e envie uma mensagem de correio electrónico para mestreaffonsodomingues@gmail.com confirmando esse facto. Para quem, estando fora de Portugal, quiser efectuar um donativo, pode fazê-lo mediante transferência para essa conta , indicando o IBAN (International Bank Account Number) PT50006509210004389000819. O código SWIFT / BIC do Banco Best é BESZPTPL.

Os fundos recebidos serão na totalidade entregues aos pais da Inês. Mediante o envio da mensagem de correio electrónico confirmativa do donativo, os doadores possibilitarão meio de contacto através do qual receberão confirmação da boa recepção das respectivas transferências, da entrega dos donativos aos pais da Inês e, oportunamente, informação sobre a efectivação do transplante e dos resultados (todos esperamos que positivos) para a Inês.

Caro leitor: normalmente o mais difícil não é ser solidário; é vencer a inércia. Por favor, vença-a. Ajude na medida em que puder e quiser. Pela Inês!

Os nossos amigos leitores que mantêm também blogues, se quiserem também aí divulgar este apelo, também ajudarão. Todas as ajudas são bem-vindas. Pela Inês!

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Entretanto, se puder, não se esqueça também de ir dar sangue no próximo sábado!

Rui Bandeira

07 abril 2008

DAR SANGUE, DAR VIDA ! Homenagear o Gr.19 dos Escoteiros da Pontinha e o casal Sousa Mendes.


É verdadeiramente o "muitos em um".

A Vossa presença homenageia, em simultâneo o nome do casal heroico, Angelina e Aristides de Sousa Mendes, o Gr.19 dos Escoteiros da Pontinha que estão em comemoração dos seus 40 anos, o nome de Mestre Affonso Domingues através da nossa respeitável Loja e dão uma ajuda preciosíssima a quem precisa de sangue.

Vejam bem quantos coelhos com uma cacetada apenas.

No Sábado, dia 12, muita gente espera por Si !

Meus Irmãos, meus Amigos, Companheiros destas e outras lides, ou apenas visitantes do A-PARTIR-PEDRA, apareçam no próximo Sábado na Pontinha, bem no centro da Freguesia.

A Escola Melo Falcão está a 50 metros da estação do Metro e colada a um parque de estacionamento com lugar para todos.

A Fraternidade faz-se, sentindo-a.
A Solidariedade faz-se, fazendo-a.

O exemplo extraordinário de Aristides de Sousa Mendes e sua Mulher merecem ser recordados da melhor maneira que é possível. E essa é seguir o seu exemplo de Solidariedade sem limites, de Fraternidade sem fronteiras.
Dia 12 a Vossa presença é indispensável, SIM !
Mesmo com chuva, vento e frio... há Gente a precisar de ajuda. Como podemos nós recusar ?



JPSetúbal



04 abril 2008

Estranha mulher

Recebi este texto por correio electrónico, enviado pelo PauloFR, já há alguns meses. É da autoria de Maria Ivone Corrêa Dias, membro da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás (Brasil) e a sua publicação aqui é uma homenagem que presto a quem teve tanta sensibilidade ao escrevê-lo:

Eu sei que ela existe (embora eu nunca a veja...), mulher estranha, de mãos imensas, semeando esmolas, misteriosamente, cercada de respeito, de lendas e de temor. As mãos dessa mulher têm forma de amor, mãos que ninam os berços da orfandade, mãos que põem luz na noite da viuvez, mãos que cortam o erro como espadas, mãos que abençoam, que denunciam crime e que trazem, no gesto que redime, toda a unção das próprias mãos de Deus.

Essa mulher tem a graça das Acácias, a ternura que consola a dor alheia, o bem que ela faz gravando só na areia, vem a onda e o leva ao seio do grande Artista que vela sobre o triste, o fraco e o oprimido.

Essa mulher, se escuta algum gemido, se pressente a dor, a injustiça, a queda, como o vento desloca-se, flecha ousada e firme na pressa de salvar, servir e se esconder.

Ela está de pé às portas da miséria...

Junto ao incapaz, ela é o braço potente, amparo ela o é ao lado do indigente, arrimo da velhice, luz da juventude, e ante a própria morte, aos pés do ataúde, essa mulher é esteio, é força e segurança.

Seus braços, quais colunas talhadas na rocha, já sacudiram tronos, muralhas e cidadelas, já libertaram escravos e enriqueceram os pobres, já ergueram nações sobre cinzas de impérios...

Ela já viu morrer os filhos em prol da liberdade, e, embora chorando sobre os seus tristes restos, seu braço ergueu, em sagrado protesto, a bandeira santa do amor universal.

De sua mesa farta, tal como em família, reparte ela o pão da graça feminina, sem humilhar aquele a quem sobrou pobreza, e sua mão direita, segundo o evangelho, jamais presenciou o que a esquerda fez.

A ordem do Senhor: "Amai-vos uns aos outros" à frente do seu Templo essa mulher gravou, e como irmãos se tratam milhões de filhos seus, homens predestinados, cidadãos benditos que não se envergonham - oh não - de crer em Deus.

Essa mulher estranha, sem jóias e sem fraqueza, essa mulher estranha, temida e venerada, mil vezes perseguida, vencendo com galhardia, é cidadã do Mundo, é a MAÇONARIA.

Quando eu for grande, gostava de conseguir escrever assim...

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Segunda-feira vou estar ausente e sem contacto com computadores, pelo que nada publico aqui. A partir de terça-feira, se nada vier a ocorrer em contrário, voltarei. Bom fim de semana!

Rui Bandeira

03 abril 2008

Um outro olhar - A Face Esotérica da Cultura Portuguesa

Terá lugar no próximo dia 8 de Abril, terça-feira, pelas 18,30 h, na Sala do Arquivo dos Paços do Conselho da Câmara Municipal de Lisboa (Praça do Município), a sessão de lançamento do novo livro de José Manuel Anes, Um outro olhar - A Face Esotérica da Cultura Portuguesa.

A apresentação da obra estará a cargo da Professora Doutora Helena Barbas, docente da Universidade Nova de Lisboa e crítica literária do semanário Expresso, e do Professor Doutor Paulo Pereira de Almeida, docente do ISCTE.

José Manuel Anes foi Grão-Mestre da Grande Loja Legal de Portugal / GLRP entre 2001 e 2004 e é titular de um valoroso currículo profano, maçónico e bibliográfico, sendo um criminalista reconhecido, antropólogo das novas religiões e estudioso das antigas espiritualidades.

José Manuel Anes é um dos defensores do urgente resgate do imaginário adormecido em Portugal para reencontrar novos desígnios para este terceiro milénio. Na primeira pessoa, apresenta-nos esse seu «outro olhar», ao mesmo tempo que faz a ponte e aborda sem tabus temas actuais e polémicos. Um dos mais importantes é o papel de Portugal no contexto internacional, que deve ser, sobretudo, de mediação entre países, fomentando o diálogo e o entendimento. Talvez esteja aí algo da ideia do Quinto Império. Completa esta obra uma série de artigos do autor que, pela sua importância história para o tema, ali são compilados. (texto retirado da referência ao livro no sítio da sua editora, Ésquilo)

Para atiçar a curiosidade dos leitores do blogue, aqui fica um pequeníssimo excerto do livro:

«Imaginariamente, sou [um mago]. Todos somos, mesmo o humilde pastor da Serra da Estrela ou o analfabeto, todos somos magos. Acho que este imaginário é absolutamente indispensável. Nunca conseguiria ser apenas um químico


«[O objectivo da criação da alquimia] é o Homem sentir-se o criador do universo, ou pelo menos co-criador - e também criador de si próprio, como escreveu Pessoa.»


José Manuel Anes


Na mesma sessão, será também apresentada a 3.ª edição, revista e aumentada, de uma outra obra de José Manuel Anes, Fernando Pessoa e os Mundos Esotéricos. Sobre esta obra, escreveu, no seu prefácio, Paula Cristina Costa:

«José Manuel Anes oferece-nos um estudo detalhado e rigoroso, com toda a credibilidade científica que já lhe é conhecida, aliada à sua hábil – e rara! – neutralidade na exposição destas matérias. (...)

Através da leitura deste estudo de José Manuel Anes, sentimos reforçada a ideia de que a apetência por parte de Pessoa para as questões esotéricas – hermetismo, alquimia, cabala, misticismo, magia, gnosticismo, mediunismo, astrologia, maçonaria, templarismo, rosa-crucianismo, teosofia, etc. – não se desenvolve de todo como um mero pré-texto para a sua criação literária, i.e., uma mera apropriação de temas esotéricos para ilustrarem tematicamente a sua obra poética, mas muito pelo contrário, o recurso ao esoterismo parece ser o verdadeiro modo de ser, a verdadeira vivência da sua vida e da sua obra poética.»

No final da sessão será servido um Porto de Honra. E, ao longo de toda ela, José Manuel Anes, como é seu hábito, espalhará a sua contagiante simpatia. O que é mais uma excelente razão para ir à sessão de lançamento do novo livro e da nova edição.

Rui Bandeira

02 abril 2008

As pequenas iniciativas

Li na edição electrónica do jornal Diário da Serra, de Tangará da Serra, Mato Grosso, Brasil o seguinte apontamento, escrito pela jornalista Lucélia Andrade e publicado ontem:

A Loja Maçônica Estrela de Tangará em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), iniciou ontem um curso de processamento de carne de frango. O curso que está sendo realizado gratuitamente, na sede da maçonaria, terá a duração de cinco dias. Ele é voltado para diferentes profissionais que tem como propósito repassar o que aprenderem para demais pessoas. Segundo uma das responsáveis pela organização do curso, Lourdes Garcia Carvalho, a solicitação foi feita pela Maçonaria ao Senar, que aceitou o pedido e está ministrando todos os cuidados necessários para o preparo da ave. Durante o curso, as alunas irão aprender todo o processo de manuseio da ave, incluindo abate, cuidados com a higiene, cortes, desossagem, descongelamento, além de receitas. Hoje no período da manhã e tarde as alunas estarão iniciando o processo prático.

Este é um bom exemplo de integração da maçonaria com a comunidade. Mais: de prestação de serviço à comunidade, de serviço que esta precisa e que lhe é útil.

Este é um bom exemplo de que não é necessário - porventura, em muitos casos, nem sequer será conveniente... - imaginar grandes projectos, fabulosas organizações, paradigmáticas iniciativas, para uma Loja maçónica ser útil ao meio em que se insere. Os grandes projectos, as fabulosas organizações, as paradigmáticas iniciativas porventura captarão benevolentes aplausos e educados encómios. Mas quantas vezes não são apenas montras de vãs vaidades? Quantas vezes não servem mais o enchimento dos egos dos seus autores do que as comunidades a que supostamente se dirigem? E quantos grandiosos projectos, brilhantes organizações, fantásticas iniciativas não passam da imaginação dos seus autores, de conversas sem real significado, precisamente por serem demasiado grandes, demasiado caros, demasiado complexos, para as possibilidades de quem com eles sonha? E potencialmente preparam-se extraordinárias iniciativas, mas realmente faz-se... nada!

Ao contrário do que, por vezes, alguns parecem pensar, a verdadeira História não se faz de gestos heróicos e extraordinários. Faz-se com o labor diário, o esforço aplicado, de muitos desconhecidos, que efectivamente constroem, fabricam, criam. A História dos notáveis é apenas uma montra que distrai os que se limitam a olhar para as aparências da moda do momento e não vão verificar a efectiva qualidade dos artigos. Mas a Humanidade evolui, cresce, desenvolve-se, mediante milhares e milhões de pequenos gestos, milhares e milhões de anónimas contribuições, milhares e milhões de vivências e esforços diariamente assegurados.

A Maçonaria tem significado verdadeiro, não nos
confortáveis salões dos abastados deste mundo, mas no que pode acrescentar - a todos e a cada um, do mais rico ao mais pobre, do mais ilustrado ao analfabeto, do celebrado ao pária. A Maçonaria é um processo de aperfeiçoamento individual, mediante a integração num grupo, destinado a contribuir para o aperfeiçoamento da sociedade. E este ocorre, muitas vezes - talvez quase sempre... -, não por celebrados e alegadamente importantes actos, sob os holofotes das televisões e os elogios dos fazedores de opinião, mas em pequenos actos, singelos gestos, minúsculas contribuições que, pelos seus propósitos, pela repetição, pela adequação às pequenas necessidades (que, por serem pequenas e discretas, não devem deixar de ser satisfeitas) efectivamente existentes na sociedade, acabam por significar e valer muito mais do que os tais grandiosos, mediáticos, mas esporádicos, empreendimentos.

Não há grandes nem pequenas causas. Os esforços, as organizações, os projectos valem pela efectiva utilidade, pelas reais ajudas que proporcionam, não pelos brilhos das lantejoulas ou a perfeição dos fatos de cerimónia usados pelas ditas famosas e ditos famosos que "abrilhantam" com a sua presença langorosas iniciativas "sociais" de grande visibilidade, duvidosas intenções e reduzida utilidade.

Maçonaria é a Loja Estrela de Tangará co-organizar um curso de processamento de carne de frango, que será bem mais útil ao meio em que se insere e às pessoas que o frequentam do que mil brilhantes discursos em opulentas cerimónias. As minhas homenagens aos Irmãos da Respeitável Loja Estrela de Tangará pela iniciativa. Que a repitam. Que organizem outras, não importa quão simples, não interessa se modestas, desde que efectivamente úteis para o meio social em que se inserem. E que o exemplo destes Irmãos frutifique. Muitos poucos fazem muito. Se cada Loja maçónica efectuar uma - apenas uma! - iniciativa, modesta, mas útil para o meio em que se insere, por ano, teremos centenas de milhares de pequenos passos dados pela Humanidade em cada ano. E assim é que se avança. Um passo de cada vez. E assim é que se faz a diferença. Assim se é maçon!

Rui Bandeira