03 junho 2009

Da Loja - Capitulo II


Aproveitando uma questão posta por um dos leitores habituais deste espaço, relativa à numeração das Lojas, aproveito para mais um post sobre as Lojas.

Confesso aos leitores que não pesquisei sobre o que acontece na generalidade das Grandes Lojas, e por isso aqui vos deixo com o que penso ser o critério mais lógico.

Por deformação profissional, acredito que numa base de dados uma vez criado um número de ordem, este ficará indefinidamente associado à informação original, e se por acaso foi criado por erro (repetição de nome - vulgar por exemplo na saúde mas não vulgar em Maçonaria) então deverá ser queimado.

A cada Loja é atribuído um número, que conjuntamente com o nome distintivo escolhido e com o Oriente de reunião completam a identificação da mesma.

Os números são sequenciais e crescentes e acompanham a Loja do início ao fim.

Quero com isto dizer que não faz, para mim, qualquer sentido o aproveitamento do número de uma Loja que tenha abatido colunas no sentido de o atribuir a outra.

Uma Loja é um projecto de actuação. Que sentido faria a reatribuição do mesmo numero a uma Loja diferente com um projecto diferente.

Uma Grande Loja constrói a sua história, e esta é feita também de insucessos. Insucessos como sejam o desaparecimento de Lojas.

Do ponto de vista histórico há que manter uma certa coerência e logo a necessidade de manter inalterável o registo da existência em determinado momento de uma determinada Loja.

Do ponto de vista prático, quando vemos o número da Loja podemos perceber se ela é recente ou não pelo “tamanho” do mesmo. Ora se fizermos reaproveitamentos isto deixa de ser possível.

Indo um pouco mais fundo, creio que uma vez que a uma Loja abata colunas, elas não devem mais ser reerguidas pois o projecto não é seguramente o mesmo, os actores são outros, etc.

Por tudo isto é minha convicção que os números de ordem das Lojas não deverão nunca ser reutilizados.
José Ruah

2 comentários:

Nuno Raimundo disse...

bOAS...

Agradeço a resposta à questão.
:)

abr...prof...

Rui Bandeira disse...

Por acaso, tenho uma opinião ligeiramente diferente da do José Ruah, quantoà possibilidade de, uma vez abatidas as colunas de uma Loja, elas não deverem mais ser reerguidas.

Se em tese, e por norma, concordo com o raciocínio do JR,admito e acho útil e significativo que um grupo de maçons,como homenagem aos fundadores ou a elementos de uma Loja que abateu colunas (que pode, durante parte do,quiçá significativa do tempo em que manteve as suas Colunas alçadas, ter sido uma notável e ilustre Loja, merecedora de lembrança e registo)se disponha e solicite retomar ou assumir as Tradições e a História de uma Loja outrora ilustre e solicite autorização pararealçamento das suas colunas.

Concordo que o projeto será seguramente outro, mas sendo herdeiro, inspirado, no exemplo anterior,porque não "enxertá-lo no que teve época de glória, decaiu e se pretende renasça?

Evidentemente que, na história da Loja deve sempre constar o seuabatimento e realçamento de colunas e respetivas datas -quiçá mesmo em toda a documentação da Loja -, para que sejam evidentes os diferentes períodos da sua história.

Esta situação ocorre em muitas Lojas por esse mundo fora, Inglaterra e Estados Unidos incluídos, algumas Lojas ilustes ou com uma longa história, que um dia decaíram e mais tarde outros quiseram homenagear e retomar as respetivas tradições.